O Ministério da Agricultura, através da DGAV – Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, esclarece que “estão em curso campanhas de vacinação obrigatória dos ovinos reprodutores e dos jovens destinados à reprodução dos efectivos das áreas consideradas de risco. Fora das áreas de risco é ainda permitida a vacinação voluntária dos ovinos e bovinos, mediante procedimento específico”.
Em comunicado, a DGAV afirma que o acompanhamento e o controlo da Língua Azul são efectuadas através da delimitação de áreas geográficas, com imposição de restrições à movimentação animal, através de planos de vigilância clínica, serológica e entomológica que permitem monitorizar a evolução da doença e através de programas de vacinação para controlar a dispersão do vírus”.
Segundo o esclarecimento, a Língua Azul é uma doença viral, infecciosa não contagiosa, que atinge os ruminantes não sendo transmissível aos humanos. Estão descritos 26 serotipos do vírus sem imunidade cruzada, que resultam em doenças diferentes.
O agente é transmitido por insectos do género Culicoides, que são os vectores biológicos, dependendo a distribuição geográfica da doença da presença de certas espécies de Culicoides (nomeadamente C. imicola, C. obsoletus e C. pulicaris). Em Portugal encontra-se actualmente em circulação o serotipo 1 da Língua Azul na totalidade do território continental e o serotipo 4 na região do Algarve.
Ilhas livres
As Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira são livres de Língua Azul.
O serotipo 1 da “Língua Azul” surgiu pela primeira vez em Portugal em Setembro de 2007, na região do Alentejo, tendo-se alargado à região Norte em Outubro de 2008.
Em 2012 ocorreram dois focos de BTV1, sem mais ocorrências nos 3 anos seguintes. A doença ressurgiu em Setembro de 2015 na região do Alentejo, com os primeiros focos identificados nos concelhos de Moura, Mértola e Serpa, atingindo outros concelhos da região e também a região do Algarve.
“Nesta sequência foi determinada a vacinação do efectivo ovino reprodutor adulto e dos jovens destinados à reprodução nas áreas de circulação viral”, diz a DGAV.
Em 2016, na sequência de suspeitas clínicas num efectivo de ovinos do concelho de Benavente, foi confirmado um foco de serotipo 1 de Língua Azul, que determinou a 25 de Outubro, o alargamento da área de vacinação obrigatória aos concelhos de Benavente, Coruche, Alcochete, Palmela e as freguesias de Canha e Pegões do concelho do Montijo, através do Edital 41.
Alargamento da área de vacinação obrigatória
Posteriormente a circulação do vírus veio a detectar-se em diversos efectivos de ovinos dos concelhos de Abrantes, Chamusca, Setúbal, Sardoal, Proença-a-Nova e Fundão, o que determinou novo alargamento da área de vacinação obrigatória através do Edital 42, publicado a 18 de Novembro.
De referir que a região de Lisboa e Vale do Tejo foi afectada por circulação viral de serotipo 1 em 2008 e em 2010, nos concelhos de Montijo, Palmela e Setúbal, sendo estas novas ocorrências de 2016 as primeiras a serem registadas no Ribatejo Norte.
“A vigilância clínica é um componente essencial da estratégia em curso pelo que se recomenda aos detentores dos animais e aos médicos veterinários assistentes, que comuniquem aos serviços veterinários oficiais qualquer indício de doença, face à importância de uma detecção precoce”, afirma a DGAV.
Consulte aqui o folheto informativo para mais informações sobre a doença, suas causas, sintomas e profilaxia.
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