Uma imagem gerada por computador, da agência espacial norte-americana NASA, mostra como o clima está a ser afectado por fenómenos extremos, com o El Niño de 2015-16 a ultrapassar o maior de sempre. Inundações, tempestades e um Inverno anormalmente quente foram as características mais marcantes do final de 2015, mas os próximos meses podem não ser melhores.
O El Niño, um fenómeno que se repete a cada dois a sete anos, trará impactos significativos no comportamento do clima em 2016, exarcebando secas e cheias, dizem os cientistas da NASA.
No final de 2015, o grande El Niño aparece na imagem como uma enorme faixa de branco, a cor da maior subida do nível do mar, que se estende ao longo do Equador, desde a América do Sul ao Pacífico Central. A NASA compara esta visão com uma de 1997, ano em que se originou a maior oscilação alguma vez medida das águas do mar, no que foi apelidado o “monstruoso” El Niño de 1997-98.
A NASA observou, num relatório publicado esta semana, que os níveis da água do mar a Leste subiram mais 25 centimetros do que o normal. No Pacífico Oeste, a queda (a roxo na imagem) foi pelo menos tão elevada. O resultado é um aquecimento exagerado do aquecimento dos níveis superiores dos oceanos a Leste e um arrefecimento no Oeste.
“As nuvens e tempestades seguem a água quente, libertando calor e humidade na atmosfera”, escreveu Alan Buis, do Jet Propulsion Laboratory da NASA, no site da agência, o que “altera as rotas das correntes oceânicas e afecta o comportamento de tempestades em todo o mundo.”
“De acordo com certas medições, esse já foi o El Niño mais forte registado”, disse o cientista Nick Klingaman, da Universidade de Reading, na Inglaterra, citado pela BBC.
Em 2015, vários países tropicais sofreram “reduções de entre 20 e 30% nas chuvas. Houve seca severa na Indonésia. Na Índia, as monções foram 15% abaixo do normal e as previsões para o Brasil e Austrália são de redução nas chuvas”, lembra Klingman.
As secas e inundações, e o impacto potencial que representam, preocupam as agências de ajuda humanitária. Cerca de 31 milhões de pessoas estão sob risco de escassez de alimentos na África – um aumento significativo em relação a 2014.
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