O INIAV — Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária realizou o vídeo “Super Abelha”, no âmbito do Projecto Atlantic POSitiVE, que tem como objectivo dar a conhecer a espécie Vespa velutina, também conhecida por vespa asiática, e sensibilizar para os melhores procedimentos a ter, em caso de avistamento da espécie em voo ou ninhos.
O vídeo pretende dar a conhecer, para um público-alvo alargado, toda a sociedade, a espécie Vespa velutina, importância, morfologia, hábitos ambientais e alimentares.
Atlantic POSitiVE
O projecto Atlantic POSitiVE — Preservação de serviços de polinização atlânticos e controlo de espécie invasora Vespa velutina, liderado pela Fundación Centro de Estudos Eurorrexionais Galicia – Norte de Portugal, tem como principal objectivo contribuir para a preservação de serviços de polinização pelo desenvolvimento de métodos conjuntos para o controlo da Vespa velutina e minimizar o impacto desta espécie invasora nos ecossistemas e no desenvolvimento sócio-económico da área atlântica.
O projecto conta com vários parceiros internacionais, estabelecendo assim o primeiro esforço para promover uma rede de cooperação transnacional, que pretende criar áreas protegidas em ambientes rurais e peri-urbanos para implementação de actividades conjuntas direccionadas para o controlo da Vespa velutina.
O projecto Atlantic POSitiVE pretende desenvolver e testar novas metodologias de controlo da espécie baseadas na biologia da mesma e na protecção da polinização, nomeadamente o desenvolvimento de novas armadilhas e iscos.
Para analisar o impacto da Vespa velutina nos serviços de polinização são utilizados, pela primeira vez, locais da rede Natura 2000 como áreas focais. O projecto procura inclusive identificar potenciais organismos patogénicos da espécie na Europa.
Saiba mais sobre este projecto aqui.
Vespa velutina
A Vespa velutina é uma vespa de grandes dimensões. A cabeça é preta com face laranja/amarelada. O corpo é castanho-escuro ou preto, aveludado, delimitado por uma faixa fina amarela e com um único segmento abdominal amarelado-alaranjado, o que torna difícil de a confundir com qualquer outra espécie. As asas são escuras e as patas castanhas com as extremidades amarelas.
O tamanho da Vespa velutina varia de acordo com o alimento, o lugar e a temperatura, sendo contudo uma das maiores espécies de vespas. A rainha pode ter até 3,5 cm.
Os ninhos, constituídos por fibras de celulose mastigadas, têm uma forma redonda ou em pêra, com uma abertura semelhante a uma saída lateral, podendo atingir um metro de altura e cerca de 50-80 cm de diâmetro, e são geralmente construídos em árvores com alturas superiores a 5 metros. Cada ninho pode albergar cerca de 2.000 vespas.
Introdução da espécie na Europa e em Portugal
Segundo o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a introdução da Vespa Asiática involuntária na Europa ocorreu em 2004 no território francês, tendo a sua presença sido confirmada em Espanha em 2010, em Portugal e Bélgica em 2011 e em Itália em finais de 2012. Esta infestação tem progredido a grande velocidade de norte para sul de Portugal. Inicialmente só ocorriam colónias no norte de Portugal, nomeadamente no Minho, actualmente já ocorrem com muita frequência na região de Aveiro.
Esta introdução tem impacto negativo na apicultura, produção agrícola, na segurança pública e no ambiente.
Na segurança pública, diz a Quercus, embora não sendo mais agressiva para o ser humano do que a vespa autóctone, reage de forma bastante agressiva às ameaças ao seu ninho; perante uma ameaça ou vibração a 5 metros, produz-se uma resposta de grupo que pode perseguir a fonte da ameaça durante cerca de 500 metros. Além disso, o grande tamanho que podem atingir os ninhos e em algumas ocasiões a sua localização em zonas urbanas ou periurbanas, podem resultar em maior risco para os cidadãos.
No ambiente, é uma espécie invasora, predadora natural das abelhas e outros insectos, o que pode eventualmente originar a médio prazo impactos significativos na biodiversidade, em particular nas espécies de vespas nativas e nas populações de outros insectos. Como efeitos colaterais da diminuição insectos autóctone (nativos), pode ocorrer uma menor polinização de espécies da vegetação natural ou cultivada, diminuindo também a biodiversidade vegetal.
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