O Instituto Nacional de Estatística (INE) diz que a produtividade da cultura do arroz foi condicionada pelas pragas e pela presença de javalis e aves de grande porte que “danificam a cultura de forma irreversível”.
Segundo o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Setembro de 2021, os técnicos do INE prevêem um rendimento unitário de 5,4 toneladas por hectare, 4% abaixo da média do último quinquénio mas 5% acima do alcançado em 2020 (ano que, recorde-se, registou a segunda mais baixa produtividade das últimas três décadas).
Acrescenta o INE que o desenvolvimento nas searas de arroz tem decorrido de forma homogénea, recuperando o atraso que as baixas temperaturas nocturnas provocaram durante a germinação, encontrando-se, a maioria, nas fases de espigamento/enchimento do grão.
E realça que “um aspecto transversal às principais zonas produtoras, e que também tem sido recorrente nas últimas campanhas, é o da dificuldade crescente no controlo da milhã (Echinochloa spp.), infestante que concorre com o arroz pelos nutrientes e radiação solar, com a generalidade das searas a apresentar-se muito infestada”.
“Referência ainda para os problemas sentidos nos arrozais do Baixo Mondego com a presença de javalis e de aves de médio/grande porte (gaivotas, flamingos e outras) que, em busca de alimento, danificam a cultura de forma irreversível”, refere ainda o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Setembro de 2021.
Milho
Quanto ao milho, diz o INE que a maioria das searas encontra-se entre a fase de enchimento do grão (as mais tardias) e a de secagem natural do grão no campo (as mais precoces), sendo que se estima o início da colheita para a segunda quinzena de Setembro.
O número e o tamanho das espigas “permitem antecipar uma campanha com produtividades historicamente elevadas: no milho de regadio não se registaram problemas com as disponibilidades hídricas, tendo sido possível efectuar as regas conforme o planeado e/ou as necessidades das plantas, principalmente no período crítico da floração, estimando-se produtividades médias de 10,7 toneladas por hectare (+5%, face à campanha anterior e +12%, face à média do último quinquénio)”.
No milho de sequeiro, cultivado principalmente no litoral Norte e Centro, as temperaturas amenas, a precipitação (fraca) e o orvalho nas noites frias beneficiou o crescimento da espiga, prevendo-se um rendimento unitário de 2,8 toneladas por hectare (+5%, face a 2020, e +20%, face à média do último quinquénio).
Agricultura e Mar Actual