As previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 31 de Janeiro, apontam para uma diminuição significativa da produção de azeitona para azeite (-20% face à campanha anterior), com cargas muito heterogéneas nos olivais tradicionais de sequeiro e rendimentos em azeite mais baixos.
Explicam os técnicos do INE que a colheita da azeitona está praticamente terminada, confirmando-se um atraso significativo na maturação face ao habitual, efeito das condições meteorológicas adversas, que ocasionaram um início de ciclo demorado e uma suspensão do amadurecimento dos frutos no período das ondas de calor de Agosto.
Após uma campanha com um máximo histórico de produção, os olivais tradicionais de sequeiro apresentaram uma carga de frutos heterogénea (ano de contrassafra), prevendo-se que globalmente se registe um decréscimo de 20% na produção de azeitona para azeite.
A funda (rendimento da azeitona em azeite) aumentou com o decorrer da colheita, se bem que, previsivelmente, ficará abaixo da alcançada na última campanha.
Olivais intensivos
O INE refere ainda que, apesar da instalação significativa de novos olivais intensivos e semi-intensivos (responsáveis pelo facto de, desde 2009, a produção não baixar das 400 mil toneladas), com maior controlo sanitário e fisiológico, continua a ser bem evidente a alternância anual de produção.
O mês de Janeiro caracterizou-se, em termos meteorológicos, como normal em termos de temperatura e muito seco quanto à precipitação.
O valor médio da quantidade de precipitação, 57,3mm, correspondeu a cerca de metade da normal (1971-2000), situação que, de acordo com o índice PDSI, contribuiu para o surgimento da classe de seca meteorológica moderada (94% do território continental encontrava-se, no final de Janeiro, em seca meteorológica moderada ou fraca).
Agricultura e Mar Actual