O secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia dos Açores afirmou hoje, 26 de Julho, na Horta, que “na comunicação e divulgação de ciência é preciso mexer com as emoções das pessoas, para ser mais fácil entenderem o trabalho dos cientistas e a sua importância”, bem como “onde é que o dinheiro é investido”.
Gui Menezes falava durante um encontro com investigadores do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores e do Centro de Investigação Okeanos, que decorreu no âmbito da visita do Comissário Europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, à Ilha do Faial.
Investigação marinha
O secretário Regional defendeu que “se a Europa quiser ser vanguardista” na área da investigação marinha, “tem de olhar para os Açores com outros olhos”, acrescentando que “podia ser equacionada a criação, na Região, de um centro de investigação internacional semelhante ao CERN [Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear] para a área dos Oceanos”.
Gui Menezes referiu ainda que o estudo dos Oceanos e, principalmente, o desafio de estudar o mar profundo “não é trabalho apenas para biólogos marinhos”, frisando que há potencial de estudo para áreas de investigação relacionadas com a engenharia, a robótica, a matemática, entre outras.
O governante defendeu ainda que é necessário haver “cada vez mais abordagens e equipas multidisciplinares”.
Visita ao submarino “Lula 1000”
Durante esta sexta-feira o secretário Regional do Mar acompanhou também a visita do Comissário Europeu ao submarino “Lula 1000”, pertencente à Fundação Rebikoff-Niggeler, que tem sede na Horta, ao Deep-SeaLab do Instituto do Mar (IMAR) e ao Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos.
No Deep-sea Lab, Gui Menezes referiu que “há certos trabalhos científicos que apenas podem ser realizados nos Açores, nomeadamente experiências com organismos do mar profundo, atendendo à proximidade do arquipélago a ecossistemas de profundidade”.
“É possível transportar e manter esses organismos em condições experimentais controladas, para estudos variados, como é o caso dos trabalhos científicos relacionados com os efeitos das alterações climáticas ou da mineração dos fundos marinhos, que já são realizados aqui”, frisou o secretário Regional.
A convite do presidente do Governo Regional dos Açores, o Comissário Europeu para a Investigação, Ciência e Inovação terminou hoje uma visita de três dias Açores, nomeadamente às ilhas de São Miguel e Faial, uma deslocação oficial que encerrou o Roteiro da Ciência, promovido em várias regiões e cidades portuguesas por este responsável europeu.
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