A Comissão Europeia decidiu a não renovação da aprovação da substância activa clorprofame, usada em fitofármacos anti-abrolhantes para batata de consumo armazenada. Esta substância activa inibe o desenvolvimento dos brolhos, actuando como anti-meristemático e aumentando o tempo de conservação. Mas é cancerígena.
A DGAV — Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária explica no seu Ofício Circular 16/2019, relativo à publicação do Regulamento (UE) 2019/989 da Comissão, de 17 de Junho de 2019, este entra em vigor no dia 8 de Julho.
Pelo que a DGAV irá proceder ao cancelamento das autorizações de venda de produtos fitofarmacêuticos contendo clorprofame, não podendo estes ser utilizados após a data de 8 de Outubro de 2020.
Produto cancerígeno
Na base da decisão comunitária foi comunicado que “não foi possível efectuar uma avaliação final dos riscos para o consumidor decorrentes da ingestão alimentar de produtos agrícolas tratados com produtos fitofarmacêuticos contendo clorprofame devido a várias lacunas nos dados e incertezas identificadas no que se refere às utilizações nasculturas de géneros alimentícios”.
Nomeadamente foram identificados riscos alimentares agudos e crónicos para os consumidores, tanto para o clorprofame, como para o seu principal metabolito 3-cloroanilina, com potencial carcinogénico.
“Além disso, é necessária uma nova avaliação científica das propriedades desreguladoras do sistema endócrino do clorprofame e a avaliação dos riscos para os artrópodes não visados associados às utilizações ao ar livre não pôde ser concluída favoravelmente”, acrescenta o Ofício daquela Direcção.
Agricultura e Mar Actual
Bom dia, Antes de publicarem notícias alarmistas, aconselho a que leiam com atenção os documentos em que se baseiam para tal. O Ofício/Circular Nº 16/2019 da DGAV que informa sobre a não renovação da substância activa clorprofame, apenas diz que que existe um metabolito que poderá ter potencial carcinogénico. Em parte alguma afirma que é cancerígenos, como aparece no título da vossa notícia!
Aliás, a União Europeia nestes últimos anos, tem vindo a ser pródiga neste tipo de actuação: desconfia-se que uma determinada substância activa poderá ser (ou não) cancerígena e proíbe-se! Isto sem ter em atenção o passado das aplicações, o prejuízo que possa ter para os agricultores e não só, e ponto final.
Bom dia.
Caro Jorge de Castro. Tem razão quanto ao título. Mas no texto está claro que a substância é considerada “com potencial carcinogénico”.
E percebo a dificuldade dos agricultores perante esta vaga, cega, da UE em proibir cada vez mais substâncias activas sem qualquer base científica.