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FAO nega redução nas pescas

A FAO nega que a quantidade de peixe apanhado nos oceanos esteja a diminuir nos últimos anos, como afirma um estudo publicado recentemente na revista científica Nature Communications. “Os dados sobre a produção global da pesca marinha, compilados pela FAO a partir das estatísticas oficiais e complementadas com outras fontes (por exemplo, os dados de organismos regionais tais como aqueles dirigidos à pesca do atum), não mostram qualquer diminuição, mas uma tendência de estabilidade desde 2000”, lê-se no comunicado da organização para a agricultura e alimentação das Nações Unidas.

“A suposta queda abordada no estudo deve-se à escolha dos autores do ano com as maiores capturas de sempre (1996, 86,4 milhões de toneladas) e o ano com as capturas mais baixas registadas desde 1991 (2010, 77,9 milhões de toneladas). Se tivessem escolhido outro período recente (por exemplo, os anos entre 2006 e 2013), a tendência seria positiva”, alega a FAO.

Os autores do relatório, conduzido por Daniel Pauly e Dirk Zeller, da Universidade de British Columbia, contestam os dados da FAO e dizem que a extensão da pesca no mundo está amplamente subestimada, sendo na verdade 30% maior do que as estimativas oficiais.

Este trabalho também mostra que a diminuição dos recursos marinhos é mais rápida do que pensava a FAO, com a captura anual a atingir os 109 milhões de toneladas em 2010, ou 30% mais do que 77,9 milhões de toneladas que a FAO regista para esse ano, com base nas estatísticas nacionais de 200 países.

Segundo os investigadores, a diferença deve-se à falta de dados fiáveis e ao facto de a maioria dos países se concentrar na pesca industrial, excluindo a pesca artesanal, de subsistência ou ilegal e ainda os peixes capturados acidentalmente e depois descartados.

O estudo, realizado com a ajuda de cerca de cinquenta cientistas, reconstituiu as estatísticas de 1950 a 2010 através de múltiplas fontes (literatura científica, números de capturas de pescas, estudos locais, legislação, demografia , entre outros).

Estas investigações mostram que nos últimos 25 anos, a queda observada no volume de pesca ao nível mundial era mais significativa do que mostram as estimativas da FAO: cerca de 20 milhões de toneladas, em vez de dez.

“Esta diminuição global deve-se à pesca excessiva”, disse Daniel Pauly, que espera que uma melhor estimativa dos volumes de pesca “irá garantir peixe o suficiente para satisfazer as necessidades alimentares”.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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