O conselho de administração do Grupo Europac (Papeles y Cartones de Europa, S.A.) aprovou as contas correspondentes ao exercício de 2016, que registaram um lucro de 48,9 milhões de euros, uma subida de 51%. O EBITDA consolidado foi de 126,6 milhões de euros, 14% superior aos 111,1 milhões de euros do exercício anterior, enquanto o EBITDA recorrente foi de 122,8 milhões de euros, um crescimento de 5% face há um ano.
Nos resultados não recorrentes, que justificam a diferença entre os EBITDA consolidado e recorrente, o mais significativo é a sentença favorável do Supremo Tribunal de Justiça de Portugal sobre o contencioso com a EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, que resultou num resultado extraordinário de 8,3 milhões de euros.
A margem de EBITDA aumentou dois pontos percentuais para 15,8% e o EBIT chegou aos 77,7 milhões de euros, uma subida de 24% face aos 62,5 milhões de euros registados no ano anterior.
Na divisão papel, o incremento do volume de vendas, as melhorias de produtividade e eficiência e o posicionamento em papéis com maior valor acrescentado compensaram a descida dos preços de venda. Na Divisão Packaging, a melhoria dos resultados responde à descida do preço da matéria-prima, juntamente com as melhorias implementadas na operação e nas actividades comerciais.
O custo financeiro, em 2016, reduziu-se em 37%, como consequência da gestão da estrutura financeira e da optimização de custos, naquele que foi o primeiro ano completo de aplicação das condições de financiamento do novo empréstimo sindicado, assinado em Julho de 2015 e da diminuição do volume de dívida. Sem o efeito extraordinário positivo da EDIA, a redução do custo financeiro seria de 18%. Após a renovação do financiamento sindicado, subscrito em Dezembro de 2016, está prevista uma nova redução do custo financeiro recorrente de 2,0 milhões de euros.
O presidente-executivo do Grupo Europac, José Miguel Isidro, assegura que “estes resultados confirmam a tendência de melhoria registada no ano anterior e a boa evolução do nosso negócio num contexto de mercado adverso, caracterizado pela redução dos preços de venda de papel e da pressão nos preços da matéria-prima”. Em relação à operação, assinalou que “as melhorias internas, registados em 2015 e 2016, vão ter continuidade nos próximos exercícios com o objectivo de cumprir o compromisso da Europac com os seus accionistas e alcançar os objectivos estratégicos definidos no período 2015-2018”.
Objectivos estratégicos 2015-2018
Há dois anos, a Europac comunicou o seu compromisso de criação de valor para o accionista, que consistia em atingir uma margem de EBITDA de 16%, um ROCE de 15% e um rácio dívida/EBITDA de 2,0 vezes o fecho do exercício 2018. A dois anos desta data, a margem de EBITDA e o ROCE cresceram quatro pontos percentuais, para 15,8% e 11,7% respectivamente, e a relação dívida/EBITDA é de 2,0 vezes.
Após a distribuição de um dividendo por conta relativo ao exercício de 2016 de 0,095€ euros por acção, um aumento de 79% em relação ao ano anterior, o Conselho de Administração acordou submeter a aprovação da Assembleia-Geral de Accionistas a distribuição de um dividendo extraordinário até atingir um pay-out de 60%, sem que tal suponha uma mudança na política geral de manter um pay-out de 50%. Assim, como distribuição extraordinária ao accionista será proposto um aumento do capital liberado em proporção de uma acção nova por cada 25 antigas.
Agricultura e Mar Actual