A Ervideira apresentou hoje, 1 de Abril, a 12ª Edição do Invisível num encontro online com os jornalistas. “O dia, esse, não podia ser outro: 1 de Abril, dia das mentiras, já que falamos de um vinho branco feito a partir de uvas tintas. Parece mentira, certo?”, refere o produtor.
O primeiro “blanc de noir” de Portugal que a empresa fez chegar ao mercado foi em 2009 e, desde então que tem sido um dos tops de vendas da Ervideira, e, sem dúvida, o seu vinho bandeira.
De acordo com Duarte Leal da Costa, director executivo da Ervideira, “o Invisível é, sem dúvida, dos grandes sucessos da Ervideira. Quando em 2009 lançamos a primeira edição, sabíamos que tínhamos em mãos um produto de enorme qualidade, de elevado requinte, e que os consumidores iriam querer comprar e recomendar a todos os seus contactos. Passadas 12 edições, a certeza mantém-se e se à época apresentámos 9.000 garrafas ao mercado, hoje falamos em 80.000 garrafas, o que mostra o seu crescimento ao longo destas edições e note-se que teríamos mercado para mais. Nestas 12 edições ultrapassamos as 650mil garrafas de Invisível”.
Este ano a empresa plantou 9 hectares de Aragonez, o que lhe permitirá ter mais 15.000 garrafas na 13ª edição deste vinho.
Branco ou tinto?
Em Portugal nunca se tinha produzido e certificado um vinho desta natureza. O primeiro desafio passava pela certificação como um vinho tinto (pois era feito a partir de uvas tintas) ou como um branco (pela sua cor). Quando o caso foi apresentado à Comissão Vitivinícola do Alentejo (CVRA), o vinho foi aprovado como DOC, no entanto após a aprovação, como se tratava de uma monocasta, não poderia ser DOC. O vinho foi então novamente para certificação como Vinho Regional Alentejano Branco e foi novamente aprovado.
Ultrapassado o primeiro nível desta nova criação, chegou a altura de determinar qual a garrafa e qual o nome. A dúvida que se colocava era se o vinho manteria a cor incolor ou se esta evoluiria. Optou-se por se escolher uma garrafa escura género Borgonha – que na área do Alentejo se utilizava raras vezes e normalmente era destinado a tintos de grande destaque – e escura para o proteger da luz.
Ainda sem nome, Duarte Leal da Costa recorda o momento inesperado em que se chegou ao Invisível, “com toda a equipa à mesa a provar o vinho enquanto comíamos um cozido. De repente, num momento de sincera partilha e familiaridade, o nosso colega Pedro Roma exteriorizou: «este vinho é espectacular: ainda que não tenha cor casa bem com os pratos pela imensa força que tem. É um vinho Invisível”. Assim que ouvi estas palavras conclui que na verdade o Pedro tinha acabado de dizer o nome do vinho. E assim nasceu o Invisível”.
Produção
A produção deste vinho está a cargo do Enólogo da Ervideira, Nelson Rolo, que rapidamente abraçou este desafio acabando por escolher a casta Aragonez graças à sua polpa incolor e aromática. Nesta técnica, a colheita é feita exclusivamente à noite, o que permite uma temperatura mais baixa para não haver nem oxidação nem fermentação. Depois, imediatamente após a vindima, é preciso tirar o primeiro sumo – conhecido por lágrima – inibindo a oxidação e fermentação, sendo que o mosto é separado das peliculas de forma a não obter qualquer cor.
Este mosto é transportado em camião frigorífico até à Adega, onde é conduzido por gravidade à câmara de frio, permanecendo a decantar durante 24horas a muito baixas temperaturas. Após este processo, o mosto é inoculado com leveduras seleccionadas, decorrendo a fermentação à temperatura controlada de 12ºC, durante 30 a 45 dias. O estágio é feito em cubas de inox durante aproximadamente 6 meses.
Para Nelson Rolo, “importa explicar que de cada quilo de uvas apenas 10 a 15% do seu sumo de lágrima é capaz de produzir este vinho, de caracter único, com notas de chá, frutos secos e de pêra, um vinho em tudo diferente de qualquer outro vinho branco”.
O PVP indicado para o Invisível é entre 11 e 13 euros.
Agricultura e Mar Actual