A LPN – Liga para a Protecção da Natureza juntou-se aos militares da GNR em Queluz, no dia 20 de Novembro, para assistir à apresentação das equipas cinotécnicas para a detecção de venenos na natureza, criadas no âmbito do LIFE Imperial decorreu em Queluz.
O uso de venenos, nomeadamente através da colocação de iscos envenenados, é uma prática nefasta que está muitas vezes associada a actividades cinegéticas e agropecuárias, decorrente do controlo ilegal de predadores.
Os sete cães da raça Pastor Belga Malinois e Pastor Alemão, adquiridos no âmbito do Projeto LIFE Imperial, há dois meses, têm estado em treino desde então e encontram-se neste momento prontos para começar a operar no terreno. Depois da apresentação oficial de cada binómio cinotécnico, constituído por um militar e um cão, coube ao Piko demonstrar as suas recém adquiridas capacidades numa área da mata pertencente à Escola da GNR em Queluz. Ao sinal do seu tratador, Piko iniciou a busca, tendo demorado cerca de 3 minutos a encontrar o cadáver de uma raposa que estava escondido a mais de 100 metros no meio de um canavial. Assim que o cão sinalizou o alvo, o militar apita e dá-lhe a merecida recompensa, que não se trata de comida, mas de um momento de brincadeira.
Maior capacidade de fiscalização
A criação de equipas cinotécnicas dectetoras de venenos aumenta a capacidade de fiscalização desta grave ameaça para animais selvagens, domésticos e para o próprio homem. A utilização de cães permite fiscalizar áreas muito extensas e, por vezes, de difícil acesso, detectando cadáveres ou animais com indícios de envenenamento, que são recolhidos para análise e posterior investigação, caso se confirme o envenenamento. Este procedimento facilita a abertura de processos criminais com uma maior quantidade e qualidade de provas obtidas, e aumentará a probabilidade de identificação e punição dos responsáveis por este tipo de crime ambiental.
A utilização de equipas cinotécnicas para detecção de veneno é algo que já se verifica noutros países, nomeadamente em Espanha onde há mais de uma década que existe esta capacidade na fiscalização. Estas equipas agora criadas em Portugal, no âmbito do Projeto LIFE Imperial, são portanto um passo pioneiro no nosso país para minimizar as ameaças associadas ao uso ilegal de venenos.
Agricultura e Mar Actual