O Partido Socialista da Madeira (PS/Madeira), liderado por Paulo Cafôfo, apresenta-se às eleições regionais antecipadas, de 23 de Março de 2025, a defender uma estratégia para a agricultura regional que “passará (…) pela rentabilização da produção tradicional, aumentando a eficiência de utilização dos consumos intermédios, com redução de factores de produção externos e optimização de recursos produzidos na própria exploração e localmente”.
Esta estratégia “passará igualmente pela valorização dos produtos endógenos, com o apoio às culturas tradicionais madeirenses e variedades regionais, não só na preservação do património genético regional, mas também na mitigação das dificuldades resultantes das alterações climáticas, nomeadamente do aquecimento global e outros fenómenos climáticos extremos, falta de água e surgimento de novas pragas e doenças”.
Os socialistas madeirenses consideram que “o desafio está agora em assumir a importância das pequenas e muito pequenas explorações agrícolas, florestais e pecuárias, a relevância das suas funções, o valor dos seus activos e encontrar formas de as modernizar e integrá-las no desenvolvimento que se pretende para o território, seja ele rural, periurbano ou urbano, onde deverão ser avaliadas, não apenas como empresas familiares, geradoras de oportunidades e rendimentos, mas também como promotoras de serviços essenciais para a qualidade de vida das pessoas e do ecossistema onde se inserem”.
“Sensível às exigências da realidade actual, o PS defende a implementação de um modelo que valorize as produções locais, a reutilização, a saúde e fertilidade dos solos a longo prazo, bem como a produção em ciclo fechado e a diminuição da dependência de factores externos, como a energia”, refere o programa eleitoral dos socialistas.
E acrescenta ser “de fundamental importância encetar uma apostar no sector primário, seguindo as directrizes europeias e nacionais que, mais do que nunca, permitem um certo grau de flexibilização para a adequação das medidas ao contexto regional, e adoptar políticas públicas adaptadas às especificidades do território e do sistema produtivo regional, cabendo à Madeira, com o poder autonómico conquistado, o dever de decidir e implementar as que melhor servem a população e que melhor se adequam aos novos desafios, sem nunca negar as nossas particularidades, assumindo-as e transformando-as em oportunidades, atractivos e sustentáculos de outros sectores económicos, fazendo uso responsável dos instrumentos financeiros disponíveis”.
Como ponto de partida, para a defesa desse novo modelo produtivo para o sector primário, “é vital reconhecer que, apesar de todo o investimento feito ao longo dos diversos quadros comunitários de apoio, a Região Autónoma da Madeira, através dos sucessivos governos, não foi capaz de resolver os problemas nem superar as fragilidades da agricultura regional que, afinal, persistem e até se agravaram em alguns indicadores”.
Por outro lado, o PS/Madeira realça que a Região “não conseguiu travar a perda de agricultores e área agrícola. Não conseguiu, de forma eficiente, atrair e fixar jovens agricultores. Não reverteu o envelhecimento e nível formativo da população agrícola activa. Não promoveu a valorização do produto regional, bloqueou a cooperação e o associativismo, identificados como uma das principais ameaças ao desenvolvimento do sector primário, entre outros”.
Pode ler o programa eleitoral do PS/Madeira, às eleições regionais de 23 de Março de 2025, aqui.
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