A Barragem de Paradela, uma das mais emblemáticas albufeiras do concelho de Montalegre, vai sofrer obras de requalificação ao longo dos próximos meses. A EDP decidiu proceder a um conjunto de obras que ultrapassam os quatro milhões de euros que visam impermeabilizar o paramento de montante.
Tudo porque tem evidenciado infiltrações crescentes com o tempo através do corpo da barragem e que afloram no leito do rio a jusante, em local onde é possível efectuar a respectiva medição do volume total dos caudais drenados e infiltrados.
Protecção das espécies de peixe
O presidente da União de Freguesias de Paradela, Contim e Fiães, Joaquim Moura, diz que “a obra foi muito bem explicada e penso que vai correr tudo bem. O principal problema será a protecção das espécies de peixe existentes. Confiamos no que foi dito para que se proteja. É uma zona de pesca das mais procuradas. No entanto, percebemos que as obras têm que ser feitas e que farão o possível para que haja os menores danos possíveis”.
A barragem
Com 110 metros de altura acima da fundação no leito do rio, a Barragem de Paradela foi construída entre 1955 e 1958, após a conclusão dos escalões de Venda Nova, Salamonde e Caniçada entre 1946 e 1955. Constituí, por via disso, o quarto escalão do aproveitamento hidroeléctrico dos rios Cávado e Rabagão.
O primeiro enchimento da albufeira até à cota (738,80) ficou concluído em Julho de 1958. O projecto — da autoria da Hidroelétrica do Cávado (HICA), uma das empresas que esteve na origem da EDP — foi inspirado no da barragem de Salt Springs, com 100 metros de altura, construída entre 1928 e 1931, na Califórnia, Estados Unidos.
A história desta albufeira já conta com algumas reparações: 1958, 1959, 1962, 1965 e 1971.
O município de Montalegre tem instalado no concelho quatro barragens (Alto Rabagão, Alto Cávado, Paradela e Venda Nova), além de uma parte da barragem de Salamonde.
Para o vice-presidente da Câmara de Montalegre, David Teixeira, “vai ser mais um grande investimento no concelho durante os próximos meses. São quatro milhões de euros para a segurança das pessoas. Temos alguma expectativa que possam trazer retorno económico a esta população que perde o seu espelho de água, a sua expectativa turística porque ficam com um vazio durante esta época estival. A segurança desta travessia é essencial. Esta sessão já devia ter acontecido”.
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