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EDIA realça importância da valorização agrícola dos subprodutos da extracção de azeite

A EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva  realça a importância do modelo de economia circular adaptado à agricultura, referindo que “a valorização agrícola dos subprodutos/resíduos da agroindústria, como a extracção de azeite, apresenta-se como uma forma de valorização a privilegiar, contribuindo para a melhoria do desempenho funcional e ambiental que preocupa as empresas do sector, com vantagens do ponto de vista agronómico e ambiental”.

No seu novo “Manual de Compostagem – Uma Solução Sustentável”, encomendado pelo Ministério da Agricultura à EDIA e que contou com o contributo do INIAV — Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, a empresa refere ainda que a indústria de extracção de azeite gera grandes quantidades de subprodutos/resíduos e frisa que da azeitona é possível extrair aproximadamente 20% do seu peso em azeite e os restantes materiais orgânicos representam uma quantidade quatro vezes maior que o azeite produzido.

Em Portugal, operando sazonalmente de Novembro a Fevereiro, são actualmente processados cerca de um milhão de toneladas de azeitona por campanha, com tendência crescente, o que dá origem a elevadas quantidades de bagaço de azeitona, cujo escoamento exige uma maior variedade de processos e de locais de valorização, para não colocar em risco o normal funcionamento dos lagares, em particular em anos de elevada produção de azeitona.

Dos subprodutos aos fertilizantes orgânicos

Ora a EDIA garante que a valorização agrícola destes subprodutos/resíduos como fertilizantes orgânicos terá um impacto ambiental e económico positivo, nomeadamente através de:

• Redução da necessidade de fertilizantes químicos aplicados nas culturas;

• Redução da quantidade de água necessária, devido à superior capacidade de retenção do solo;

• Eliminação de um possível foco de poluição, criando valor onde antes havia um custo;

• Enriquecimento orgânico e melhoria da estrutura do solo;

• Aumento da resiliência do solo perante a erosão e desertificação;

• Aumento do vigor, enraizamento, produtividade e resistência das culturas;

• Incremento do sequestro de carbono no solo, mitigando as alterações climáticas.

“Quando se fala em agricultura circular importa referir que as práticas circulares abordadas neste documento acompanham a Humanidade como parte da actividade agrícola, na qual os agricultores mimetizam a natureza e colocam os restos orgânicos em pilha para que se transformem naturalmente em fertilizante orgânico”, refere ainda o Manual a EDIA.

A EDIA relembra que, por ano, são produzidos na zona servida por Alqueva cerca de 1 milhão de toneladas de subprodutos orgânicos, a maior parte provenientes das 100 milhões de árvores regadas pelo Empreendimento. “Se compostados, estes subprodutos podem gerar 500 mil toneladas de composto, e assim restituí-los aos solos, melhorando a sua fertilidade”.

Projecto URSA

E dá o exemplo da criação da primeira Unidade de Compostagem pela EDIA, a URSA – Unidades de Recirculação de Subprodutos de Alqueva em 2019, na Herdade da Abobada, em Serpa, em parceria com a Direcção Regional de Agricultura do Alentejo, a qual “demonstrou que a valorização orgânica é possível e a produção de composto é uma mais-valia na fertilização agrícola e no desempenho ambiental da agricultura”.

O projecto URSA tem como base a criação de unidades dispersas pelo território rural, onde os agricultores e industriais possam entregar materiais orgânicos e, em troca, levar composto para aplicação no solo, complementando a fertilização agrícola.

“Pretende-se criar uma constelação de 12 unidades, uma por cada 10 000 ha, que garantam uma distância máxima de 10 km entre as explorações agrícolas e a URSA mais próxima, potenciando o processo de logística inversa, onde o agricultor leva um subproduto/resíduo e retorna com composto, reduzindo a pegada ecológica associada a este transporte”, explica a EDIA.

Pode ler o “Manual de Compostagem – Uma Solução Sustentável” aqui.

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