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Sara Henriques, Ricardo Cruz, Maria Luísa da Cruz, Raquel Cruz, Armando da Cruz

Cruzimpex festeja 25º aniversário a anunciar abertura na Holanda

A Cruzimpex — Meat Trading comemora 25 anos de actividade. Para marcar a data reuniu quase uma centena de pessoas no Luna Hotel Turismo de Abrantes, no passado dia 23 de Junho. E anunciou a abertura da Cruzimpex Holanda já em 2019, com a constituição de uma empresa de direito holandês. A empresa está já presente em Espanha desde 1999.

 

Uma reunião familiar que contou com os trabalhadores e os “amigos que desde o início acreditaram no projecto e nos ajudaram, a título individual ou como empresas”, diz o administrador da empresa, Armando da Cruz.

 

Refira-se que a empresa tem a responsabilidade sobre um volume de vendas de, mais ou menos, 100 milhões de euros, dos quais é beneficiada em comissões, operando como agente de prestação de serviços na importação e exportação de carne fresca e congelada.

Raquel Cruz, Armando da Cruz, António da Cruz (Pai de Armando)

“A Cruzimpex não vende carne. Vende serviços. Eu facturo serviços”, frisa Armando da Cruz explicando que o mercado do Norte, Oeste e Leste da Europa “já está muito aberto a produtos de carne da Península Ibérica e, por isso, temos de lá ter alguém, no terreno, para prestarmos ainda melhores serviços”. A ideia foi formada depois de um manifesto de interesse por parte das várias representadas e clientes da Cruzimpex.

 

Armando da Cruz, Bets Paridaans (mulher do falecido fundador da Vitelco), Irma Paridaans, Sonja Paridaans, Maria Luísa da Cruz

 

A globalização alimentar

Armando da Cruz realçou o facto de ter como sua representada, o 2º maior grupo holandês, a nível mundial, no que diz respeito à produção, abate e transformação da carne de vitela de leite e vitelão, como também, outras empresas do sector do bovino, suíno, ovino, caprino e aves, oriundas do continente europeu e de outros continentes, com quem trabalha ao longo destes anos todos.

 

Armando da Cruz, Marjon Van Dinther (diretora CCPH)

 

Aquele responsável, durante a cerimónia fez ainda questão de salientar que a Cruzimpex nos últimos anos “especializou-se em carne de vaca galega, alemã e holandesa, através das carnes maturadas — oriunda de Espanha ou de outras firmas holandesas —, depois temos o porco preto, com três a quatro anos de cura, e alimentado 100% a bolota”.

“Quem diria que os holandeses hoje em dia, e nos restaurantes “Top”, já estão a importar secretos de porco preto? Quem diria? Tanta gordura. Eles são avessos à gordura. E pelo contrário, quem diria que, aqui há uns anos, Portugal iria importar carnes maturadas de alta qualidade para os segmentos mais elevados? Alguns dos nossos clientes pagam a carne a 25 euros o quilo. E depois ainda a vão vender ao restaurante. Quem diria?”, questiona Armando da Cruz para explicar a “globalidade e as novas tendências alimentares, que a Cruzimpex está a acompanhar”.

No final do seu discurso, em tom de agradecimento “para as pessoas que foram mesmo importantes para o Armando da Cruz”, o empresário chamou um a um, cada um dos seus “amigos” e trabalhadores, a quem ofereceu um presente comemorativo dos 25 anos da empresa.

 

Team Cruzimpex Portugal

A cerimónia contou com um jantar e noite de fados com o grupo de Francisco Cordeiro e outros fadistas que costumam actuar neste mesmo grupo, no Luna Hotel Turismo de Abrantes.

Tomás Rubiato, Armando da Cruz e Conchi Benito

Importação e exportação de carnes como core business

A Cruzimpex tem escritórios em Portugal e Espanha. Com o seu departamento de serviços presta serviços na mediação entre fornecedor e cliente no mercado internacional das carnes. Além da entrada na Holanda tem previsto um investimento em maiores e melhores instalações e, mais recursos humanos, nos mercados português e espanhol.

Trata-se de uma empresa que opera através do fornecimento de vários serviços a nível mundial, envolvidos no processo de comercialização de todos os tipos de carne, em fresco ou em congelado, tais como bovino, vitela, suíno, borrego, cabrito, aves e caça.

Armando da Cruz e Frans Martens

A Cruzimpex Meat Trading é, actualmente, uma referência na importação e exportação no sector da carne que conta com uma equipa jovem, profissional, dinâmica e multilingue, os quais adquiriram o know-how na prestação de serviços através do fundador, Armando da Cruz que está no sector da carne há cerca de 45 anos.

Quatro perguntas a Armando Cruz

Esteve muito tempo a viver no estrangeiro. O que aprendeu sobre este sector?

Estive a viver na Holanda cerca de 28 anos. Ali, aprendi praticamente tudo, derivado à formação especializada que obtive nas escolas e universidade do sector.

Como, quando e com quem surgiu a ideia de criar a Cruzimpex?

Tudo aconteceu depois de muitos anos no estrangeiro e sempre a trabalhar no sector. Aos 19 anos já era gerente de uma organização de talhos com charcutaria. Desempenhei a função de director de exportação, desde 1986 a 1989, num matadouro de bovino e suíno holandês e, mais tarde, de 1989 a 1991, fui director comercial do maior matadouro do Mundo em vitela de leite. Tive a ideia de regressar a Portugal e abrir um escritório de importação e exportação de carne, na cidade de Abrantes, por estar localizada no centro de Portugal.

Em Portugal, que acha que podia estar melhor, em termos de segurança alimentar, política, etc, no sector?

O controlo da segurança alimentar poderia estar melhor se fosse efectuada por profissionais do sector, com cursos de formação na área das carnes e, também através da existência de uma escola de formação profissional nesta mesma área, seja ela para talhantes/lojas, cortadores, charcutarias e, indústria. Eu propunha-me a iniciar um projecto de formação seja ele a nível privado com eventuais parcerias com universidades agro-pecuárias, escolas de hotelaria e restauração, entre outros. Um exemplo poderia ser a Randstad que já manifestou, a falta de profissionais formados para a indústria alimentar.

Os empresários agro-pecuários têm-se queixado dos preços pagos ao produtor. Acha que há um problema de mercado, excesso de oferta?

Sim. A solução, poderia passar por ter uma formação especializada, em Portugal, no sector das carnes e todos os processos envolvidos, como eu obtive na Holanda. Para que, por exemplo, os talhantes pudessem apresentar melhores produtos de melhor qualidade, podendo assim prestar melhores serviços ao consumidor, quer nas grandes superfícies quer nos talhos gourmet.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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