O Ministério do Ambiente e Acção Climática anuncia que abrirá, amanhã, 27 de Março, o concurso para a contratação definitiva de 50 elementos para o Corpo Nacional de Agentes Florestais (CNAF) para o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG). O concurso é conduzido pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Este concurso surge no seguimento dos “excelentes resultados alcançados” pelo “Plano-piloto de prevenção de incêndios florestais e de recuperação de habitats naturais no PNPG”, aprovado em Dezembro de 2016, refere uma nota de imprensa do Ministério liderado por Pedro Matos Fernandes.
Em quatro anos, a área ardida no Parque Nacional passou de 7.726 hectares para 384 hectares (redução superior a 95%). “O sucesso deste projecto-piloto, que abrangeu uma área total de 7.000 hectares e um financiamento de 8,4 milhões de euros (Fundo Ambiental, POSEUR e Norte 2020), justificou a necessidade de manter como permanente a equipa do CNAF nesta região”.
Restauro das áreas ardidas
O plano envolveu o restauro das áreas ardidas, o desenvolvimento de acções de prevenção estrutural, o reforço das comunicações móveis e de recursos humanos. O esforço concertado de diversos intervenientes – Instituto de Conservação da Natureza (ICNF), municípios (Melgaço, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Terras de Bouro e Montalegre) e de várias entidades privadas – permitiu congregar as dimensões sociais, ambientais e económicas na gestão deste território.
Os principais objectivos estruturais foram:
• Restauro de áreas florestais relevantes para a conservação que foram percorridas por incêndios;
• Promoção da prevenção estrutural e do ordenamento florestal em áreas que configuram habitats naturais prioritários;
• Acções de desenvolvimento socioeconómico que, a par da valorização dos recursos endógenos, promovem a criação de oportunidades de negócio.
A cobertura de rede móvel neste território foi melhorada com a instalação de sete antenas retransmissoras GSM.
Entre as acções específicas desenvolvidas, destacam-se a prevenção estrutural e conservação da Mata Nacional do Gerês, onde foram conservados os habitats naturais, assim como reduzido o risco de incêndio com a criação de faixas e mosaicos de gestão de combustíveis, o aproveitamento da regeneração natural e o combate a espécies lenhosas invasoras.
Pinheiro-silvestre
Na conservação das populações autóctones de pinheiro-silvestre foi feito o controlo da vegetação, a introdução de espécies autóctones menos inflamáveis, a produção de plantas em viveiro e a sua plantação em novas áreas.
Foi realizado, ainda, o restauro da Mata do Mezio e da Mata do Ramiscal, com a rearborização da área florestal ardida com espécies autóctones, a regulação do pastoreio, o restauro de habitats naturais e a sua monitorização.
Relativamente à conservação dos teixiais, um habitat prioritário das Florestas Mediterrânicas de Taxus baccata, foram conservados os núcleos existentes no PNPG e melhorada a conservação ex situ.
Na Zona de Protecção Total da Mata de Albergaria, foi intervencionado o estacionamento na Portela do Homem e reabilitada a estrada florestal Leonte-Portela do Homem.
Em conjunto com 23 freguesias foram também desenvolvidas acções de comunicação e a edição de documentos informativos.
Recorde-se que o Parque Nacional da Peneda-Gerês foi a primeira área protegida criada em Portugal, em 1971, sendo a única com o estatuto de Parque Nacional. Apresenta uma assinalável diversidade faunística, com várias espécies endémicas, raras ou de distribuição limitada em Portugal.
Agricultura e Mar Actual