A Comissão Europeia mantém a sua posição intransigente de introduzir uma moratória sobre a caça da rola comum, apesar de ter sido rejeitada pelos 10 países europeus que permitem sua captura. Os deputados do Intergrupo do Parlamento Europeu “Biodiversidade, Caça, Campo “enviaram uma carta aberta à presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, e ao Comissário para o Meio Ambiente, Virginijus Sinkevičius, mostrando sua rejeição a esta medida.
Os deputados pediram à Comissão que rectifique a sua posição e entenda que “a manutenção da caça sustentável da espécie, por meio da gestão adaptativo das capturas, é compatível com a recuperação dos níveis populacionais de rola-comum”.
E para a Federação Europeia de Caça e Conservação (FACE), “para interromper o declínio da população da rola-comum, a prioridade deve ser dada à restauração da qualidade do habitat em vez de encerrar a caça onde ela acontece, pois isso pode apoiar a recuperação da população da rola-comum de forma mais eficaz”.
Diz a FACE que “não é nos Estados-membros onde a rola-comum é caçada que se observam as maiores diminuições da espécie. Na verdade, os países que permitem a caça da espécie, como França e Espanha, estão a registar um declínio muito menor do que outros países onde a caça não é permitida. Na Itália, a rola-comum ainda mostra uma tendência crescente de indivíduos a longo prazo”.
Refira-se que há quase dois anos que a Fencaça – Federação Portuguesa de Caça, e as federações de caçadores do Sul da Europa e a FACE, transmitiram ao Parlamento Europeu sua insatisfação com as posições da Comissão e as “consequências desastrosas que uma moratória terá para a recuperação da espécie”.
“Esforços incansáveis dos caçadores”
Acrescenta a Federação Europeia de Caça e Conservação que “o que esses países onde a caça da rola-comum é permitida têm em comum são os esforços incansáveis de longa data feitos pela comunidade de caçadores para gerir e proteger habitats adequados para a espécie, trazendo muitos benefícios. Seja pela quantidade impressionante de sebes plantadas em França ou pela plantação de milhares de hectares por ano com várias culturas não colhidas na Grécia, a comunidade de caçadores tem implementado activamente e financiado por conta própria muitas outras acções que beneficiam a rola-comum. Permitir uma caça sustentável da espécie garantiria a continuidade dessas acções, fundamentais para a rola”.
Quanto à carta aberta, o presidente do Intergrupo, Álvaro Amaro, e 5 de seus vice-presidentes, entre eles o espanhol Juan Ignacio Zoido, lembram à Comissão que o manejo e a caça sustentável das espécies “são fundamentais para a conservação de aves ligadas aos meios agrícolas. Portanto, em países com maiores populações de caçadores de rola-comum têm feito importantes esforços, através da conservação de habitats ou do fornecimento de alimentos e água, algo que tem-se reflectido na tendência positiva das populações nos últimos anos”.
Após esta carta aberta, a FACE disse em conferência de imprensa concordar com aquela realçando “a importância da comunidade de caçadores na conservação da espécie. Ressaltamos que os caçadores investem muitos recursos na gestão da rola comum na Europa, que se reflectem no facto de que a recuperação da rola-comum está melhor nos países onde é caçada”.
Pode consultar aqui o documento da FACE que reúne factos e números sobre a evolução da população da rola-comum.
Agricultura e Mar Actual