Uma equipa de investigadores internacionais descobriu uma maneira de produzir trigo de maior qualidade. Os cientistas da Universidade de Adelaide e do John Innes Centre do Reino Unido identificaram um factor genético que melhora as características de rendimento do trigo, o que, inesperadamente, também pode levar ao aumento do teor de proteína em até 25%.
A equipa espera que as novas variedades de trigo estejam disponíveis no mercado dentro de 2 a 3 anos, o que se pode traduzir em benefícios reais para os agricultores dentro de 7 a 10 anos. As descobertas foram publicadas na revista Science Advances.
“Pouco se sabe sobre o mecanismo por de trás dos factores de rendimento e teor de proteína na produção de trigo”, disse Scott Boden, da Universidade de Adelaide, da Escola de Agricultura, Alimentação e Vinho, que liderou a pesquisa, adiantando que “descobrir um gene que controla esses dois factores tem o potencial de ajudar a gerar novas variedades de trigo que produzem grãos de maior qualidade”.
“Como o trigo representa quase 20% da proteína consumida em todo o Mundo, o impacto desta pesquisa pode beneficiar significativamente a sociedade, fornecendo grãos com maior teor de proteína, o que poderia ajudar a produzir alimentos mais nutritivos, como pão e cereais matinais”, realça Scott Boden.
O trabalho é o primeiro exemplo conhecido em que uma triagem genética avançada de uma população mutante foi usada para identificar um gene que controla o desenvolvimento reprodutivo no trigo e os insights dessa pesquisa têm o potencial de ajudar a melhorar o valor nutricional e económico do trigo.
“A variação genética que identificámos fornece um aumento de 15% a 25% no teor de proteína para plantas cultivadas no campo. Essas variedades também produzem espiguetas extras, conhecidas como espiguetas pareadas”, disse Boden. “Ainda não detectamos um aumento no rendimento com as espiguetas extras, mas esperamos que um aumento no rendimento possa ocorrer nas variedades de elite cultivadas pelos agricultores”.
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