A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, diz que a descida de 6% no Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA) dos alimentos essenciais “não compensa a subida de mais de 20%”. Para a coordenadora bloquista, a medida que devia ter sido tomada era a de “controlar os preços”.
A solução defendida pelo Bloco passa pela definição do cabaz de bens essenciais e dos preços a que esses bens podem ser vendidos, seguindo-se uma observação desses preços ao longo do tempo para evitar abusos, tal como se fez com os preços das máscaras durante a pandemia, avança o esquerda.net, meio de comunicação do BE.
Quanto à medida anunciada pelo Governo de baixar o IVA em alguns bens essenciais, considera que “isso pode significar a descida de 6% nalguns bens, poucos, isto se a grande distribuição não acabar por comer a descida do IVA e integrá-la nos seus lucros, como já aconteceu noutros países”. Por exemplo, “em Espanha demorou 15 dias a acabar a descida dos preços com a descida do IVA”, lembrou Catarina Martins em frente ao Pingo Doce, em Rio Tinto, no concelho de Gondomar, numa acção sobre o aumento do custo de vida.
Para Catarina Martins, o anúncio do Governo “faz lembrar o anúncio da descida do IVA na conta da luz, que depois se percebeu” que afectava só uma parcela pequena da factura total que os consumidores pagam. E “enquanto as pessoas não conseguem fazer as compras, o patrão deste supermercado [Pingo Doce] ganha num mês o mesmo que quem está na caixa demora 25 anos a ganhar”, insistiu Catarina, sublinhando que o que está em causa com esta inflação é um “verdadeiro assalto aos salários” quando “o próprio Banco Central Europeu já reconhece que o problema está nas margens de lucro e não nos salários”.
Agricultura e Mar