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Cascais. Projecto Linhó Circular já dá três toneladas de trigo barbela

O projecto Linhó Circular, que envolve o Estabelecimento Prisional do Linhó (EPL), o Ministério da Justiça e a Câmara Municipal de Cascais, através da Cascais Ambiente, deu mais um passo, depois de cultivar 3 hectares do terreno anexo ao EPL recolheu agora cerca de 3 toneladas de trigo barbela que se irá traduzir em cerca de 6 mil pães barbela, “um pão com um valor nutricional elevado”.

O projecto nasceu há três anos por iniciativa dos estudantes daquele estabelecimento prisional e que se designou Linhó Circular, refere uma nota de imprensa da autarquia de Cascais.

“Seja com cereais seja com hortícolas, não pode haver terreno público expectante no nosso concelho”, disse Joana Balsemão — vereadora da autarquia e responsável pela EMAC – Empresa Municipal de Ambiente de Cascais —, no dia em que a debulhadora da Cascais Ambiente recolhia os últimos grãos do trigo barbela nos terrenos anexos ao Estabelecimento Prisional do Linhó.

Trigo barbela

Este trigo barbela, mole, mais nutritivo, mais sustentável, pode ser reimplantado durante 5 a 6 anos consecutivos, já que não provoca a saturação dos solos nem usa fertilizantes ou herbicidas, dada a configuração da sua folhagem que evita o desenvolvimento de plantas infestantes, realça a mesma nota.

E adianta que “este cereal não precisa de ser regado, já que as suas raízes verticais vão fundo buscar água e nutrientes. Não esgotam o solo nem obrigam a pousios. Chama-se trigo barbela ou escravo, próprio para solos pobres, introduzido na Península no século VIII, cultivado para economias familiares, de subsistência”.

O ciclo começa na plantação, sem necessidade de manutenção, nem antes nem depois da colheita, porque o restolho é um excelente alimento para os animais. Uma vez colhido e moído, o trigo dá origem a um pão biológico com baixo teor de glúten e, fruto de uma fermentação mais lenta, pode ser consumido num período mais prolongado, à volta de uma semana.

“Já temos quase um hectare no Estabelecimento Prisional do Brejo e estamos a plantar para colher no próximo ano mais dois hectares no Vale de Caparide”, disse ainda Joana Balsemão, concluindo que “isto é só o princípio”.

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