O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, defendeu hoje, 12 de Outubro, ser “essencial” que na Política Agrícola Comum (PAC) pós-2020 “haja uma resposta comum para lidar preventivamente com fenómenos extremos e de seca”. Capoulas disse que se deve apostar em “infra-estruturas que potenciem a existência de reservas estratégicas de água, por forma a garantir a previsibilidade na actividade económica, com ganhos de produtividade para a economia e o ambiente, e como factor de estabilidade social”.
O ministro, que falava na sessão de abertura do Agri Innovation Summit’2017, salientou ser “necessário pois prosseguir o apoio ao investimento, à inovação e à investigação, que é a resposta aos maiores desafios que a PAC actual e futura enfrentará, nomeadamente no que se refere à adaptação às alterações climáticas”.
“Por outro lado, é através do investimento nas explorações e em infra-estruturas de base, na investigação e na inovação que se pode garantir um sector vivo e dinâmico, capaz de suscitar interesse por parte de jovens e de novos agricultores e desenvolver a resiliência dos sistemas agrícolas”, realçou Capoulas Santos.
Discussão da PAC em contexto difícil
Quanto à discussão sobre a PAC no pós-2020, que se iniciará em breve, esta “será desenvolvida num contexto difícil. Por um lado, o sector agro-alimentar europeu concorre num mercado global e aberto muito competitivo, pairando ainda o fantasma da crise económica, a que se juntam as incertezas da evolução geopolítica. Por outro, estamos confrontados com as questões que o Brexit acarreta, como diminuição dos recursos orçamentais disponíveis. Apesar destas dificuldades, a PAC no pós-2020 deverá poder proporcionar uma maior abertura para o desenvolvimento da intensificação da produção através de modelos mais eficientes, da transição para a economia circular e de uma utilização sustentável dos recursos”, frisou o governante.
Ainda no seu discurso de abertura, Capoulas Santos fez questão de salientar que em Portugal “encontramos dois tipos distintos de agricultura: uma agricultura de maior dimensão, com maior impacto espacial e económico e com melhores condições de competitividade, e uma pequena agricultura de cariz familiar, que tem uma importância significativa no abastecimento local e regional de alimentos, que desempenha um papel fundamental na dinamização do tecido económico, na criação de emprego e no combate à pobreza nas zonas rurais, na preservação da paisagem e na defesa da biodiversidade e dos recursos naturais, na fixação das populações e no combate à desertificação”.
Para o ministro, o investimento em investigação e inovação “não pode, porém, ser visto como uma necessidade apenas para a agricultura de maior dimensão ou mais competitiva. A promoção da inovação deve ser transversal, inclusiva e abrangente, dando resposta às várias necessidades e realidades em presença, a fim de proporcionar o desejável desenvolvimento equilibrado de todo o território”.
Portugal na organização
O Agri Innovation Summit’2017 resulta de uma conjugação de esforços do Governo português e da Comissão Europeia, através da DG AGRI, a que se juntaram também a Parceria Europeia de Inovação (PEI-AGRI) e a Rede Europeia de Desenvolvimento Rural, para, pela primeira vez, realizar uma reunião sobre o tema.
“É um enorme prazer para Portugal ser o país anfitrião da primeira Agri Innovation Summit”, disse Capoulas Santos. E aproveitou para elogiar o Comissário europeu com a pasta da Agricultura, Phil Hogan, que “tem exercido o seu mandato com grande empenho e competência, merecedores do nosso apreço e admiração”.
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