A Câmara Municipal de Cinfães destruiu, nos anos de 2020 e 2021, 366 ninhos de vespa velutina, também conhecida como vespa asiática, no concelho.
Segundo uma nota de imprensa da autarquia, o Serviço Municipal de Protecção Civil “assumiu, nos últimos dois anos, o combate à vespa velutina com a criação de uma equipa interna que recebeu formação especializada para o efeito”.
E alerta que “qualquer avistamento de ninho ou captura de vespa velutina deve ser comunicado ao serviço de Protecção Civil da Câmara Municipal através do número 255 560 560 ou do email geral@cm-cinfaes.pt.
A Vespa velutina nigrithorax
A Vespa velutina nigrithorax é um himenóptero da família dos vespídeos, originária do Sudoeste Asiático, do Nepal, Norte da Índia, Indonésia e do Sul da China.
Chegado acidentalmente à Europa através do Porto de Bordéus, França, num contentor de louça, em 2003 ou 2004, não se sabendo exactamente se foi apenas uma, ou várias vespas fundadoras fecundadas, que iniciaram o desenvolvimento de vespeiros em território francês.
Em 2005, Claire Villemant do Museu Nacional de História Natural de Paris identificou-a como sendo a Vespa velutina nigrithorax conhecida no seu habitat natural, na Ilha de Java (Indonésia), onde já fora estudada pelo entomólogo Lepeletier (1836).
Espécie invasora
A Vespa velutina nigrithorax é considerada uma espécie invasora em quase todos os países da Europa e em Portugal desde Julho de 2016. Devido à sua origem passou a ser conhecida e muitas vezes designada, na Europa e em Portugal, por Vespa Asiática.
A Vespa velutina nigrithorax diferencia-se dos outros vespídeos autóctones da Europa mais conhecidos, como a vespa germânica ou vespa comum, e a Vespa crabro, pela sua muito elevada capacidade reprodutiva, dimensão e visibilidade dos seus ninhos (ou vespeiros) e pela rapidez com que ocupa o território.
Expansão na Europa e em Portugal
Desde a sua identificação em França, a Vespa velutina expandiu-se naturalmente para a Bélgica, Espanha, Alemanha, Itália, Suíça e Reino Unido.
A sua presença em Portugal foi confirmada, em Viana do Castelo em 2011, e no concelho de Braga em Dezembro de 2012. Desde essa data tem vindo a progredir ao longo do território continental, preferencialmente ao longo da faixa litoral. A evolução para o interior tem vindo a ser mais lenta, e principalmente ao longo dos leitos das bacias hidrográficas.
Quanto à sua potencial propagação no território da União Europeia, estudos efectuados por diversas entidades europeias ligadas ao controle de espécies invasoras apontam para expansão da Vespa velutina em muitos países europeus, sendo que os modelos previsionais apontam para que em Portugal possa vir a colonizar quase todo o território continental.
Diferenciação entre a Vespa velutina e a Vespa crabro
Com excepção da Vespa crabro, a Vespa velutina é facilmente diferenciada das demais vespas europeias, as quais são mais pequenas. No entanto, pode ser facilmente confundida com a Vespa crabro, uma vez que têm dimensões bastante aproximadas, manifestando também muitos comportamentos idênticos, nomeadamente a predação de insectos de onde se destacam as abelhas da espécie Apis mellifera iberiensis.
A Vespa crabro (ou Vespa Europeia) é ligeiramente maior, com comprimento variando entre os 3 e os 3,5 cm, apresentando tórax e cabeça vermelho ferrugem, abdómen predominantemente amarelo, em particular os últimos 4 segmentos e patas castanhas.
Também as vespas fundadoras da espécie Vespa crabro são maiores, podendo atingir mais de 4cm de comprimento.
A Vespa velutina (ou Vespa Asiática) tem uma dimensão que varia entre os 2,5 e os 3cm de comprimento, apresenta tórax preto, face da cabeça alaranjada, abdómen preto com 4.º segmento alaranjado e listas finas alaranjadas nos restantes e patas amarelas. As vespas fundadoras, de maior dimensão, podem atingir entre os 3 e os 3,5cm de comprimento.
Agricultura e Mar Actual