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Barcos de pesca chineses identificados na Ilha das Flores são AIS ‘spoofing’

O Governo Regional dos Açores informa que terminou com sucesso a missão de fiscalização e patrulhamento da Zona Económica Exclusiva dos Açores, depois do alerta dado sobre 16 embarcações de pesca, com pavilhão chinês, a Sul e a Sudoeste da Ilha das Flores. Na verdade, os barcos não existiam, tratando-se de AIS ‘spoofing’, ou seja, de manipulação deliberada de dados do sistema de identificação automática, com o objectivo de enganar/iludir embarcações e sistemas de monitorização, como o Marine Traffic.

Eram 10h30 de quarta-feira quando o serviço de inspecção da Secretaria Regional do Mar e das Pescas deu alerta ao Centro de Controlo e Vigilância da Pesca, da Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, para a existência de 16 navios com pavilhão da República Popular da China a Sul da Ilha das Flores, identificados no Marine Traffic por AIS terrestre como sendo de pesca e que apresentavam um comportamento aparentemente não compatível com actividades e operações de pesca, refere uma nota de imprensa do Executivo açoriano.

Logo foram activados os meios navais e aéreos das entidades participantes no SIFICAP — Sistema Integrado de vigilância, Fiscalização e Controlo das Actividades da Pesca. E a Marinha enviou um semi-rígido da Polícia Marítima da Ilha das Flores para efectuar uma primeira aproximação e a Força Aérea enviou um avião P3 para monitorização da área identificada. Não obstante, mas para melhor acompanhamento imediato da situação e respectiva evolução, foram solicitados os serviços de satélite da European Maritime Safety Agencypara concederem acesso/imagens do serviço Copernicus.

Pelas 20h30, na sequência do empenhamento exemplar de meios das entidades participantes no SIFICAP, deram-se por concluídas as acções de fiscalização.

A unidade naval do Comando Local da Polícia Marítima das Flores “esteve no local e não verificou qualquer navio. A aeronave da FAP fez sobrevoo da área para além da área de referência, incluindo até aos limites da ZEE nacional da subárea dos Açores e não verificou qualquer navio deste conjunto, tudo levando a crer que se trata de AIS ‘spoofing'”, realça a mesma nota.

AIS ‘spoofing’

O AIS ‘spoofing’ envolve a manipulação deliberada de dados do sistema de identificação automática (AIS) para enganar embarcações marítimas ou sistemas de monitorização. Os falsificadores podem criar situações enganosas ou perigosas ao transmitir informações falsas, como alterar a identidade, a posição ou a velocidade de uma embarcação.

“Importa transmitir o sucesso e a capacidade de resposta e de comunicação excepcional, entre entidades regionais e nacionais, com competência monitorização e fiscalização do Mar dos Açores, permitindo, em menos de 12 horas, certificar a segurança da Zona Económica e Exclusiva dos Açores”, realça o Executivo açoriano.

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