A base de dados nacional de incêndios rurais regista, no período compreendido entre 1 de Janeiro e 31 de Agosto de 2020, um total de 7.207 incêndios rurais que resultaram em 38.650 hectares de área ardida, entre povoamentos (17.176 ha), matos (15.974 ha) e agricultura (5.500 ha), divulga o “4.º relatório provisório: 1 de Janeiro a 31 de Agosto”, de incêndios rurais referentes a 2020.
O distrito mais afectado, no que concerne à área ardida, é Castelo Branco, com 9.407 hectares, cerca de 24% da área total ardida até à data, seguido de Bragança com 5.182 hectares (13% do total) e de Vila Real com 4.977 hectares (13% do total)
Estes valores, ainda provisórios, representam um aumento de 35,54% da área ardida face a igual período de 2019, segundo os dados do documento elaborado pela Divisão de apoio à Gestão de Fogos Rurais (DGFR) do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
No entanto, o relatório do ICNF realça que, comparando os valores do ano de 2020 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 48% de incêndios rurais e menos 57% de área ardida relativamente à média anual do período. “O ano de 2020 apresenta, até ao dia 31 de Agosto, o valor mais reduzido em número de incêndios e o 4.º valor mais reduzido de área ardida, desde 2010”.
Dimensão dos incêndios
Acrescenta o relatório que a distribuição do número de incêndios rurais por classe de área ardida evidencia que em 2020 os incêndios com área ardida inferior a 1 hectare são os mais frequentes (87% do total de incêndios rurais).
No que se refere a incêndios de maior dimensão, assinala-se, até à data, a ocorrência de 7 incêndio com área ardida superior ou igual a 1.000 hectares.
Consideram-se grandes incêndios sempre que a área ardida total seja igual ou superior a 100 hectares. Até 31 de Agosto de 2020 registaram-se 45 incêndios enquadrados nesta categoria, que resultaram em 31.678 hectares de área ardida, cerca de 82% do total da área ardida.
As causas
Do total de 7.207 incêndios rurais verificados no ano de 2020, 4.586 foram investigados (64% do número total de incêndios – responsáveis por 57% da área total ardida). Destes, a investigação permitiu a atribuição de uma causa para 2.952 incêndios (64% dos incêndios investigados responsáveis por 51% da área total ardida).
Até à data, as causas mais frequentes em 2020 são: incendiarismo – imputáveis (34%), queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas (15%), queimas de amontoados de sobrantes florestais ou agrícolas (7%) e queimadas para gestão de pasto para gado (6%).
Conjuntamente, as várias tipologias de queimadas e queimas representam 28% das causas apuradas. Os reacendimentos representam 13% do total de causas apuradas, num valor inferior face à média dos 10 anos anteriores (18%).
Análise regional
Da análise por distrito, destacam-se com maior número de incêndios, e por ordem decrescente, os distritos do Porto (1.970), Braga (664) e Aveiro (524). Em qualquer um dos casos, os incêndios são maioritariamente de reduzida dimensão (não ultrapassam 1 hectare de área ardida). No caso específico do distrito do Porto a percentagem de incêndios com menos de 1 hectare de área ardida é de 92%.
O distrito mais afectado, no que concerne à área ardida, é Castelo Branco, com 9.407 hectares, cerca de 24% da área total ardida até à data, seguido de Bragança com 5.182 hectares (13% do total) e de Vila Real com 4.977 hectares (13% do total).
Os concelhos que apresentam maior número de incêndios localizam-se todos a norte do Tejo, e caracterizam-se por elevada densidade populacional, presença de grandes aglomerados urbanos ou utilização tradicional do fogo na gestão agroflorestal. Estes vinte concelhos representam 34% do número total de ocorrências e 9% da área total ardida.
Pode ler o relatório completo aqui.
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