A Comissão Europeia publicou esta semana a decisão que reconhece as ilhas açorianas do Corvo, Graciosa, São Jorge, Santa Maria, São Miguel e Terceira como sendo indemnes de varroose, uma doença das abelhas causada por um ácaro, anunciou hoje, 10 de Novembro, a Secretaria Regional da Agricultura e Florestas.
Este reconhecimento oficial “é de grande importância para o fortalecimento da apicultura nos Açores e para a comercialização do mel, ao mesmo tempo que dota a Região de uma ferramenta legal que lhe permite salvaguardar os interesses do sector, limitando a entrada de materiais nas ilhas apenas aos que sejam provenientes de zonas com o mesmo estatuto”, realça uma nota de imprensa da Secretaria Regional da Agricultura e Florestas.
No quadro constante do anexo da Decisão de Execução, que reconhece partes da União Europeia como indemnes de varroose nas abelhas e estabelece garantias adicionais exigidas no comércio intra-União e nas importações, com vista à protecção do seu estatuto de indemnes de varroose, passa agora a constar para as seis ilhas dos Açores “abelhas em qualquer fase do seu ciclo de vida, incluindo enxames, rainhas, colónias e colmeias e quadros de ninho usados”.
Plano Estratégico para a Apicultura nos Açores
A apicultura desempenha um papel muito importante para o sector agrícola pelo contributo das abelhas enquanto polinizadoras naturais, o que contribui para aumentar a rentabilidade das explorações, mas também na polinização de outras plantas, preservando-as e, consequentemente, dando um contributo para o equilíbrio do ecossistema e a manutenção da biodiversidade.
De salientar que faz parte do Plano Estratégico para a Apicultura nos Açores, a criação de medidas de controlo efectivo que possam agora garantir a manutenção da indemnidade nas ilhas que alcançaram este objectivo, a implementação de uma estratégia piloto para erradicação total da varroose, bem como a criação de um plano de contingência com o propósito de evitar a entrada na Região de outras pragas e doenças.
A praga
A varroose é uma doença da abelha melífera Apis mellifera L. causada pelos haplotipos da Coreia e do Japão do ácaro Varroa destructor, cujos hóspedes originais são os haplotipos da Coreia e do Japão da Apis cerana. O ácaro é um ectoparasita dos adultos e das crias de Apis mellifera L.
Durante o seu ciclo vital, a reprodução sexual tem lugar dentro das células hexagonais dos favos. Os primeiros sinais de infecção passam geralmente despercebidos, e só quando a infestação já é importante, a doença fica patente. A infestação propaga-se por contacto directo entre abelhas adultas e pela movimentação de abelhas e de crias infestadas.
O ácaro pode ser também um vector de vírus da abelha melífera. O número de parasitas aumenta com a actividade crescente das crias e o crescimento do efectivo apícola, sobretudo no fim da estação, quando podem ser reconhecidos pela primeira vez os sinais clínicos da infestação.
O ciclo de vida do ácaro depende da temperatura e da humidade, contudo, na prática, podemos aceitar que a sua duração varia entre uns dias e uns poucos meses.
Saiba mais sobre a varroose aqui.
Agricultura e Mar Actual