O sector imobiliário português vive um dinamismo que há muito não se verificava, sobretudo no que diz respeito ao segmento habitacional.
De acordo com os dados divulgados no Barómetro Imobiliário da APEMIP — Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (relativo ao mês de Dezembro de 2017), mais de 80% dos imóveis transaccionaram-se em menos de seis meses, uma rapidez que confirma o bom momento do mercado.
“É absolutamente fabuloso assistir a esta dinâmica, sobretudo quando comparada com aquela que existia há cerca de dois/três anos, em que os activos em carteira levavam até dois anos a ser transaccionados”, refere Luís Lima, presidente da APEMIP.
Neste levantamento feito pelo Gabinete de Estudos da APEMIP, revelam-se também as tendências do mercado nomeadamente no que diz respeito aos valores de venda de activos. Cerca de 55,6% das vendas foi de imóveis de preço até 175.000 €, valores que, nas palavras do representante das imobiliárias “espelham o grosso das vendas feitas no mercado doméstico”.
T1 e T2, as mais vendidas
Já no que diz respeito às tipologias mais vendidas, mais de metade (61%) recaiu sobre os T1 e T2, seguindo-se os T3 no topo das preferências dos portugueses com 31% das transacções efectuadas.
Para Luís Lima, este é um bom indicador daquilo que é o grosso da procura das famílias, informação que pode e deve ser tida em conta logo que haja o desejado regresso à construção nova.
Ausência de stock imobiliário nas cidades
“ A grande dificuldade, e portanto o grande desafio do sector imobiliário em Portugal é a ausência de stock imobiliário nas cidades, que é o principal factor para o acentuo de preços que se tem verificado no mercado. A oferta é cada vez menor, e não dá resposta às necessidades da procura, pelo que o regresso à construção nova começa a ser inevitável”, diz Luís Lima.
Adianta aquele responsável que “caso contrário, os problemas habitacionais acentuar-se-ão ainda mais. Ao construirmos novo, estaremos a criar vantagens para as famílias, que encontrarão no mercado activos à medida das suas possibilidades; para as imobiliárias, que terão mais produto para comercializar e para suprir as necessidades dos seus clientes; para a banca, que garantirá dividendos por via do financiamento ao investimento e por via do crédito à habitação; para as construtoras, que voltarão ao activo criando mais emprego; e para o próprio mercado imobiliário que tem necessidade de aliviar os preços e de dar resposta às necessidades habitacionais”.
O Barómetro Imobiliário é desenvolvido mensalmente pela APEMIP, e tem como fonte um inquérito levado a cabo junto das empresas imobiliárias e o cruzamento com dados de entidades públicas e privadas.
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