O Governo, através do secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, cedeu as áreas das antigas explorações mineiras de Cunha Baixa e de Espinho à comunidade local de Mangualde. A recuperação ambiental destas minas, a cargo da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) representou um investimento total de 6,5 milhões de euros, comparticipado por fundos europeus.
No que diz respeito à área recuperada da antiga mina de Cunha Baixa, foi assinado um protocolo de cedência à Cooperativa Agropecuária dos Agricultores de Mangualde de um sistema de regadio agrícola construído pela EDM.
O sistema inclui um açude que recebe águas pluviais e permite regar cerca de dez hectares de terrenos agrícolas respeitantes a 19 parcelas beneficiárias.
Foi também celebrado um protocolo de entrega, ao município de Mangualde e à Freguesia de Cunha Baixa, do edifício do Centro Interpretativo e o Parque de Merendas anexo, construídos pela EDM.
Recuperação ambiental
A mina de Cunha Baixa funcionou entre 1967 e 1993 e a respectiva recuperação ambiental representou um investimento na ordem dos 6 milhões de euros, comparticipado por fundos europeus.
Já a área recuperada da antiga mina de Espinho vai ser utilizada para treino e divulgação de actividades no âmbito da protecção civil através de um protocolo entre o Município de Mangualde, a Freguesia de Espinho, e a associação Grupo de Intervenção Operações de Protecção e Socorro (K9V – GIOPS).
A mina de Espinho foi explorada entre 1988 e 1990 e a recuperação ambiental representou um investimento de cerca de meio milhão de euros, comparticipado por fundos europeus.
As minas de Cunha Baixa e de Espinho, no concelho de Mangualde, foram desactivadas em 1991 e 1990, respectivamente, após exploração de urânio.
Para o edil mangualdense, “a exploração das minas ajudou a economia, mas deixou um grande passivo ambiental”. Considerando fundamental “os espaços estarem ambientalmente reabilitados, aproveitá-los para a agricultura, para actividades da protecção civil e também para o turismo”. João Azevedo aproveitou a oportunidade e pediu ao secretário de Estado da Energia “o carinho necessário, para que seja possível colocar em Mangualde a rota do turismo mineiro”. O qual foi aceite, tendo Jorge Seguro Sanches reforçado “a importância de, com as raízes no passado, olhar para o futuro”.
O autarca mangualdense terminou salientado que “esta questão do guião é fundamental não só para trazer pessoas para o concelho, mas também para promover e preparar pedagogicamente a história daqueles espaços que tiveram essa mais-valia na riqueza do país”.
Já para o presidente da EDM, Rui da Silva Rodrigues estes protocolos “reflectem uma nova abordagem da EDM em relação à utilização destes espaços”. “Queremos que essa nova utilização envolva a proximidade das Câmaras, das Juntas de Freguesia e tenha um envolvimento genérico de responsabilização, quer da EDM, quer do município”, frisou. Desta forma, “esta parceria vai potenciar a dinamização de mais iniciativas quer no aproveitamento das áreas recuperadas, quer dos activos reabilitados”.
Com um investimento global que ascende os 22 milhões de euros, para o presidente da EDM, a intervenção em Mangualde representa “a segunda maior intervenção no âmbito do programa da recuperação das minas abandonadas”. As intervenções começaram em 2001 com a realização de um conjunto de estudos e de projectos, aos quais se seguiram as obras nas áreas mineiras de Espinho e da Cunha Baixa e da Freixiosa. “Neste momento temos um curso uma obra, que temos programada a sua conclusão para 2017, em Póvoa de Cervães e faltam realizar outras em Quinta do Bispo e Pinhal do Souto” referiu Rui da Silva Rodrigues.
Agricultura e Mar Actual