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ANEFA diz que Ministério da Agricultura está “baralhado com a utilização das verbas” do PDR 2020

A ANEFA – Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente questionou, no passado dia 8 de Agosto, a forma como estão a ser atribuídos e executados os apoios do PDR 2020 ao sector. O ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, reagiu garantindo que  “estão já aprovados mais de 100 milhões de euros” para a floresta no âmbito do PDR 2020, que correspondem a “quase 55% da dotação colocada a concurso”, e contratados 67,6 milhões de euros. E a ANEFA continua a discordar e voltou hoje a reagir.

Em novo comunicado, os empresários florestais dizem que “a resposta ontem dada ao comunicado da ANEFA reflecte claramente a confusão que existe no Ministério da Agricultura em relação aos números do PDR 2020, no sector florestal”.

Para aqueles empresários, as “notícias começam por referir os números globais de execução do PDR 2020, onde reconhecemos que o sector agrícola tem um peso elevado, dando-se pois a entender que tudo vai bem na execução do Quadro Comunitário. Não é do sector agrícola que a ANEFA se refere na sua nota de imprensa, mas sim do sector florestal, onde produtores e empresas são acusados de falta de gestão profissional das florestas”.

Os números apresentados pela ANEFA são “os números oficiais do PDR 2020 conforme se pode observar no site do Programa (PDR 2020-projectos e PDR 2020 – em números). E esses números não condizem sequer com os números apresentados em relação aos projectos aprovados no sector florestal”, garantem aqueles empresários.

Diz a ANEFA que “não vale a pena tentar baralhar a opinião pública e os meios de comunicação social com meias verdades. A realidade é que, nas palavras do próprio Ministério, já que não temos acesso a essa informação, apenas estão contratados 67,6 milhões de euros ou seja 11,86 % do montante destinado ao sector florestal, o que significa que a situação ainda é mais grave do que a descrita no anterior comunicado”.

Aqueles empresários explicam que a actividade florestal é uma “actividade sazonal e que por isso este atraso na atribuição dos fundos implica ainda uma maior atraso na realização das operações propostas e consequentemente na gestão florestal profissional”.

Gestão profissional das florestas

E no comunicado de hoje, 10 de Agosto, a ANEFA não se fica pelas críticas ao PDR 2020. Diz mesmo que “lamenta” que o Ministério da Agricultura “não reconheça os representantes das empresas que fazem a gestão profissional das florestas, que elaboram projectos, que produzem plantas em viveiro, que fazem as plantações, que fazem as operações de manutenção e que colhem os produtos florestais (da madeira à cortiça) como representantes do sector, já que não fazem parte da referida Comissão de Acompanhamento”.

“Talvez essa situação explique o enviesamento referido no anterior comunicado já que os fundos são completamente encaminhados para as organizações de produtores em detrimento dos produtores que não se sentem representados por essas organizações e que são muitos”, refere ainda o comunicado.

Para a ANEFA, o que “os sucessivos governos têm vindo a fazer é ’empurrar as pessoas’ para um falso associativismo onde os projectos continuam a ser individuais, mas que pelo facto de as pessoas estarem inscritas numa organização de produtores, têm um acesso privilegiado aos fundos comunitários criando um tratamento diferenciado sobre o qual temos sérias dúvidas do ponto de vista constitucional”.

Ver também:

PDR 2020 colocou a concurso 185 M€ para a floresta e já aprovou 55%

Empresários florestais questionam a utilização dos dinheiros do PDR 2020

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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