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AJAP: ‘Água que Une’ “tem mesmo de unir e continuar”

A direcção da AJAP – Associação dos Jovens Agricultores de Portugal diz que a Estratégia ´Água que Une’, apresentada este mês, pelo Governo, e que pretende melhorar a gestão dos recursos hídricos no País, “tem mesmo de unir, e continuar”.

Entre as medidas prevê-se o estudo e construção de novas barragens e de novos empreendimentos de fins múltiplos no País, mas também várias medidas de melhoria da eficiência do sector e a aposta na reutilização de água. “A sua execução é fundamental para o País e para a agricultura, e de extrema importância para os futuros Jovens Agricultores”.

Para a AJAP, este investimento de 5 mil milhões de euros, nos próximos 15 anos, “contempla uma visão integrada, que inclui a agricultura, a indústria, o consumo doméstico e o turismo, de Norte a Sul, do litoral ao interior. Todos os portugueses, directa e indirectamente, saem beneficiados com esta perspectiva da água, da sua preservação, aproveitamento e reutilização”, refere uma nota de imprensa da Associação.

“Depois das auto-estradas que uniram Portugal, e tudo ficou mais próximo, agora temos de encurtar caminhos para que o desenvolvimento chegue mais rápido, para que as diferentes actividades económicas possam ter índices mais elevados em regiões mais afastadas dos grandes centros. Com mais auto-estradas para a água, mais captações superficiais e ligações entre elas, mais economia e uso eficiente podemos fazer mais com menos. E este recurso, que não devemos desperdiçar, mas que também temos de saber usar, gota por gota, em proveito das populações, dos territórios e do desenvolvimento do País”, acrescenta a mesma nota.

O aumento de 30% para o regadio incluído neste Plano “será determinante para garantir a resiliência hídrica do sector e capacitar os agricultores para enfrentar as carências futuras. Esperamos, sinceramente, que esta Estratégia não fique refém de ciclos políticos, e o futuro Governo, deve, em nossa opinião, usar este magnífico trabalho, e dar-lhe continuidade e a prioridade devida, até à sua execução e implementação plena”.

Impulso do JER

Por outro lado, adianta a mesma nota, a revitalização dos territórios rurais “passa pelo rejuvenescimento das actividades existentes (agricultura e todas as outras), e pelo surgimento de novas actividades associadas à tecnologia, inovação e à digitalização. Torna-se premente e necessário encontrar novas sinergias, novos incentivos, melhorar e agrupar apoios existentes, bem como sensibilizar as diferentes áreas da governação para enfrentar o desafio do rejuvenescimento, da revitalização, reconversão e inovação dos sistemas produtivos, valorizando os produtos, indo ao encontro de novos clientes. A instalação e a fixação de jovens empresários rurais, nestas regiões, conduzem à criação de empresas e emprego, à diversificação da base económica regional, contrariando o progressivo despovoamento do mundo rural, o abandono dos territórios e à delapidação dos recursos naturais e do património natural e cultural”.

“Neste aspecto, reforçamos a necessidade de dar ímpeto à figura do JER – Jovem Empresário Rural (criada oficialmente pelo Decreto-Lei n.º 9/2019, de 18 de Janeiro e Portaria n.º 143/2019, de 14 de Maio), de extrema importância para o desenvolvimento do País. Apelamos a que o próximo Governo valorize e avance com esta medida, que se trata de uma figura que promove o empreendedorismo e o mundo rural, contribuindo para uma coesão unificadora do território”, refere ainda a direcção da AJAP.

E realça que esta medida do rejuvenescimento destes territórios “devia consubstanciar-se numa estratégia nacional, que articule os ministérios Coesão, Agricultura, Juventude, Economia, num desígnio “Coesão que nos Una”. As figuras do JER e do JA são imprescindíveis no desenvolvimento destes territórios e acreditamos que serão decisivas para combater a desertificação de muitas regiões do País em quase declínio absoluto”.

A AJAP espera que, “este período de crise política, possa servir para que os partidos reflictam sobre o que querem para o País e suas regiões, pois continuar a protagonizar desenvolvimentos assimétricos, deixar ao abandono mais de 2/3 do território, onde já não reside 1/3 da população, é ignorar as nossas raízes e continuar a deixar para trás territórios, sem actividade económica, sem jovens e sem esperança. Um dia, os nossos jovens vão perguntar onde gastámos tantos fundos para a coesão, para o desenvolvimento regional e local, se já estamos a deixar aldeias ao abandono, vilas sem vida, e cidades no interior que nem dimensão têm para vilas”.

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