O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, visitou o Norte do Vale do Tejo, no passado dia 10 de Outubro, a convite da Agromais e da Agrotejo – União Agrícola do Norte do Vale do Tejo. O governante teve a oportunidade de visitar as instalações destas duas organizações e conhecer um pouco melhor a realidade empresarial da região, bem como os principais desafios que assolam o sector.
Os dirigentes da Agromais e da Agrotejo tiveram oportunidade de alertar o ministro da Agricultura para os principais desafios do sector agrícola em geral, nomeadamente a falta de mão-de-obra, a urgência em tornar a actividade atractiva aos jovens e assim rejuvenescer o sector e o regadio, refere um comunicado de imprensa conjunto daquelas duas entidades. Regadio e a necessidade de um açude na Ponte do Cação, rejuvenescimento do sector, diminuição das áreas de milho e emparcelamento rural foram alguns dos temas abordados.
Jorge Neves, director-geral da Agromais, fez uma apresentação da organização ressaltando as várias áreas de trabalho, a inovação e a problemática da diminuição das áreas de milho que é transversal ao país. De 2013 a 2024 a área nacional semeada com milho caiu 52%. “Este é um problema significativo se tivermos em atenção a grande dependência do País de importação deste cereal que tem origem em países politicamente muito voláteis como são exemplo a Argentina e o Brasil”, disse Jorge Neves.
Após uma passagem pela Agromais Plus, a comitiva seguiu para as instalações da Agrotejo, onde José Manuel Fernandes teve oportunidade de conhecer o trabalho desenvolvido no apoio directo aos agricultores. As preocupações relativas à reforma do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), os constrangimentos nos licenciamentos de captações de água e a necessidade de projectos de investimentos com enquadramento para a região foram algumas das preocupações manifestadas, realça o mesmo comunicado.
Mário Antunes, director da Agrotejo referiu que “estamos numa região agrícola viva e com estratégia, precisamos de políticas públicas adaptadas à realidade e aos agricultores. Precisamos de um Ministério da Agricultura que apoie o sector, e precisamos de um Ministério do Ambiente, nomeadamente que a Agência Portuguesa do Ambiente queira fazer parte da solução e não do problema”.
A visita passou ainda pela Ponte do Cação, “onde se alertou para a urgência de ser criado um açude amovível. Projecto que não avança devido a constrangimentos da Agência Portuguesa do Ambiente”.
Por fim, na Quinta da Melhorada, José Manuel Fernandes teve a “oportunidade de conhecer a tecnologia e a inovação que actualmente suportam cada decisão do agricultor. No campo de milho, cortou a fita, dando assim início de forma simbólica, à colheita do cereal. Subiu para a ceifeira e ainda debulhou um pouco de milho”. O ministro da Agricultura “não fez promessas, mas mostrou interesse em todos os temas, assegurando que iria encaminhá-los para cada entidades competentes por forma a serem concretizadas”, refere o mesmo comunicado.
Jorge Neves destaca que “esta visita foi importante para dar a conhecer ao Sr. Ministro da Agricultura – e aos altos dirigentes dos Organismos do Ministério da Agricultura com que trabalhamos, que integraram a comitiva do Sr. Ministro da Agricultura – a realidade da nossa região e das nossas organizações, com particular destaque para a cultura do milho que é tão importante para a nossa realidade”.
A comitiva do ministro da Agricultura integrou o director-geral do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP), Eduardo Diniz, a vice-presidente para a Agricultura da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, Rita Barradas e o presidente do INIAV, Nuno Canada.
Estiveram ainda presentes o presidente da CAP — Confederação dos Agricultores de Portugal. Álvaro Mendonça e Moura, e o presidente da Câmara Municipal da Golegã, António Camilo.
Agricultura e Mar