A Coordination Européenne Via Campesina, sediada em Bruxelas, está contra o despejo de agricultores sem terra de um terreno de olival de cerca de 74 hectares, na Andaluzia, Espanha, que pertence ao banco BBVA. Quer que o Governo Regional evite a expulsão dos ocupantes e avance para a expropriação da propriedade e a sua transferência para os trabalhadores desempregados.
Um projecto que ficou já conhecido como Cerro Libertad e que conta com o apoio de partidos espanhóis de esquerda, como o Unidos Podemos.
No passado dia 19 de Março, os ocupantes receberam uma ordem de despejo. A Via Campesina está a pedir aos cidadãos europeus para enviarem cartas ao banco e ao Governo Regional e defesa dos agricultores ocupantes do Cerro Libertad, liderado pelo sindicato SOC-SAT da Andaluzia.
Pretende esta associação que o BBVA pare “imediatamente o despejo” e comece “as negociações para transferir a propriedade”, para os agricultores que ocupam o terreno desde Abril de 2017.
Terrenos abandonados
Esta propriedade pertence ao banco espanhol BBVA, “mas foi abandonada durante cinco anos e utilizada apenas para a especulação e o recebimento de apoios da PAC”, dizem aqueles agricultores, acrescentando que Jaen, um dos maiores produtores de azeite, é uma das regiões com maior taxa de desemprego, precariedade e marginalização social. “Ao mesmo tempo, a enorme concentração de terra não oferece alternativas aos trabalhadores rurais desempregados”.
Através do projecto agroecológico e colectivo do Cerro Libertad, “a terra agrícola abandonada em estado de degradação foi recuperada e transformada, trazendo um inegável benefício social, agrário e ambiental”, garantem os responsáveis pela Via Campesina.
Agricultura e Mar Actual