A Acréscimo – Associação de Promoção ao Investimento Florestal faz duras críticas às centrais a biomassa florestal residual que “vão pululando” pelo País, questionando mesmo a sua viabilidade financeira sem a existência de incêndios.
Segundo a associação, “não existe uma avaliação efectiva do impacto favorável destas centrais à diminuição do risco de incêndio florestal. Todavia, existe o potencial dos povoamentos florestais ardidos se converterem numa oportunidade menos dispendiosa de assegurar um abastecimento em contínuo de tais unidades. Pode não ser uma oportunidade operacionalizada, mas é uma oportunidade potencial. Importa, por isso, apresentar medidas que minimizem uma perniciosa associação”.
“Mesmo na justificação de intervenção no controlo de exóticas invasoras, como no caso da acácia, não existem estudos que evidenciem vantagens. Aqui, existe também a possibilidade da dispersão destas espécies pode vir a ter um contributo significativo na garantia de abastecimento em contínuo destas centrais a biomassa florestal residual desligadas de cadeias produtivas de base florestal”, salienta a Acréscimo.
Em comunicado, aquela associação afirma que o caso mais recente é registado em Vila Nova de Famalicão, com a instalação de uma central de 10 MW, em Corga de Fradelos. Para a Acréscimo, a estes investimentos, “não estão associados, seja pelos investidores ou com base em contratos com gestores florestais terceiros, planos de garantia de abastecimento de biomassa florestal residual”.
No caso da central de Vila Nova de Famalicão, a associação diz que a unidade vai ser instalada num local onde “já existe uma outra instalação industrial para o mesmo fim, bem como uma fábrica de produção de pellets energéticas, ambas com forte concorrência pela mesma matéria prima (a biomassa florestal residual)”. Todavia, adianta, nos estudos apresentados a consulta pública “apenas é visível uma parceria, no domínio do abastecimento, com uma empresa de logística que, tanto quanto se conhece, não é proprietária ou gestoras de áreas florestais privadas ou comunitárias, as que abundam, em percentagem esmagadora, nesta região do distrito de Braga”.
Biomassa residual insuficiente
“Existe biomassa florestal residual em quantidade suficiente, explorável, na área de abrangência destas centrais, que assegure as necessidades diárias de abastecimento estimadas?”, questionam os responsáveis pela Acréscimo. E salienta que no caso da referida central, regista-se a dominância de plantações de eucalipto que, dependendo das condições do local e do tipo de gestão, “não aportam grandes quantidades de biomassa florestal residual decorrente de operações de silvicultura, quando comparado com povoamentos de outras espécies lenhosas”.
A Associação de Promoção ao Investimento Florestal diz que importa “ter em conta que, nos estudos apresentados, não é registada a proporção de abastecimento a partir de biomassa florestal residual que decorra de operações de silvicultura (limpezas, derramações, desbastes) e a que respeita a operações de exploração florestal (abate e extracção de arvoredo), esta última, em geral, associada a centrais integradas em cadeias produtivas florestais, o que não é o caso. No caso em apreço, é fundamental a indicação desta proporção. Os processos de recolha, de processamento e de transporte têm aqui impactos distintos, designadamente no plano operacional e financeiro”.
Agricultura e Mar Actual
Só me ocorre um título para os pseudo estudos, desconhecimento da realidade.
https://agriculturaemar.com/acrescimo-diz-ha-centrais-biomassa-so-sao-sustentaveis-os-incendios/
Não sei em que pais vocês estão, pois desconhecem completamente o mercado da biomassa.
Conheço esse mercado mutio bem, e peço que se informem antes de emitirem opiniões distorcidas.
Existe tanta biomassa residual, que as empresas tem estado paradas por falta de consumidor e tem despedido empregados. Tudo ao contrário do que vocês dizem. Peço que se informe.