A Directora Regional dos Recursos Florestais anunciou hoje, 25 de Setembro, em Ponta Delgada, que, face ao aumento da densidade populacional de coelhos bravos detectada na ilha de São Miguel, será aumentada a pressão de caça a esta espécie, evitando, também por esta via, prejuízos no sector agrícola.
“Vamos aumentar os dias de caça no total, pois a caça com recurso a arma estava prevista para 20 de Outubro e a nossa proposta é antecipar para dia 5, além da criação de uma terceira zona de caça na ilha”, revelou Anabela Isidoro, que falava após a reunião do Conselho Cinegético da Ilha de São Miguel.
Caça de salto e caça à espera
Anabela Isidoro adiantou que passará também a ser permitida, a partir de 5 de Outubro e até 24 de Novembro, a caça pelos processos de caça de salto e caça à espera.
Durante este período, será também proposto que a caça, em vez de decorrer do nascer do sol até às 15 horas, se estenda até ao pôr do sol, bem como alargar de duas para três o número de peças de caça diárias por caçador.
“Foram os caçadores que propuseram as alterações e a Direcção Regional dos Recursos Florestais aceitou, uma vez que o que se pretende é aumentar o esforço de caça para reduzir o número de coelhos bravos em São Miguel”, salientou Anabela Isidoro, acrescentando que o aumento da densidade populacional desta espécie foi constatado através da monitorização mensal feita pelos técnicos no terreno.
Possíveis prejuízos na actividade agrícola
Por outro lado, Anabela Isidoro justificou estas alterações com o facto de a existência de um grande número de coelhos bravos poder prejudicar a actividade agrícola, assumindo a caça um papel importante de equilíbrio e regulação desta espécie cinegética.
A Directora Regional dos Recursos Florestais considerou que, nesta fase, não se justifica fazer nenhuma alteração aos cadernos venatórios das restantes ilhas dos Açores, mas, caso surjam elementos que o justifiquem, admitiu que serão convocados os respectivos Conselhos Cinegéticos.
Coelhos mortos na Lagoa
Relativamente ao aparecimento de coelhos mortos na Lagoa, em Agosto, Anabela Isidoro referiu que apenas foram encontrados no terreno três coelhos, que estavam mortos há já algum tempo, o que inviabilizou a recolha de amostras para posterior envio para análise.
A Directora Regional afirmou que a hipótese de surto de febre hemorrágica não se confirmou, pois não surgiram mais coelhos mortos, “o que acaba por ser uma boa notícia”.
Agricultura e Mar Actual