O Governo Regional dos Açores vai continuar a estimular actividades que geram rendimentos complementares aos pescadores, tais como “como é o caso da apanha de algas”. Em 2016 foram capturadas na Região 450 toneladas de algas, que renderam cerca de 450 mil euros, estando licenciados para esta atividade cerca de 130 apanhadores, maioritariamente pescadores profissionais.
Desde o início deste ano foram apanhadas 13 toneladas nas ilhas de São Miguel e Terceira, que renderam 30 mil euros.
Segundo o secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Gui Menezes, esta actividade tem ganhado nos últimos anos grande expressão na Região, “contribuindo para o rendimento dos pescadores açorianos e, em particular, dos graciosenses”.
O governante, que falava durante uma visita, hoje, 13 de Junho, ao Porto de Pescas da Folga, na ilha Graciosa, salientou que a Associação de Pescadores Graciosenses “tem dinamizado bastante esta actividade”, através da exportação de algas para as indústrias alimentar, farmacêutica e cosmética, adiantando que, em 2016, foram capturadas na ilha Graciosa cerca de 21 toneladas de algas, que “renderam mais de 50 mil euros”.
O titular da pasta do Mar, que falava durante uma visita ao Porto de Pescas da Folga, onde foi criada uma zona de armazenamento e de secagem de algas num espaço cedido pelo Governo Regional, referiu que a apanha deste recurso é “uma actividade com elevado potencial económico” nos Açores, mas advertiu para “a necessidade de assegurar a sua sustentabilidade no sentido de não se comprometer os ecossistemas marinhos e o futuro das pescas e da própria apanha de algas”.
Nesse sentido, lembrou que o Governo dos Açores tem promovido “o contacto entre cientistas e apanhadores de algas, através de workshops e palestras, para estimular uma economia baseada no conhecimento, mais competitiva e sustentável”.
Biologia marinha
O governante salientou que “existem centros de investigação regionais ligados à biologia marinha que estão a desenvolver trabalhos sobre as algas açorianas” e que, por isso, deve ser aproveitado esse conhecimento.
Por forma a garantir a sustentabilidade da exploração deste recurso, Gui Menezes referiu ainda que a Direcção Regional das Pescas remete regularmente ao Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores os mapas com as capturas diárias, bem como os locais de captura, que cada apanhador preenche no âmbito da regulamentação da apanha.
O Secretário Regional, que defendeu “uma atitude precaucionaria e responsável para garantir a sustentabilidade da apanha de algas”, apontou também a aquacultura como “uma solução”.
Gui Menezes lembrou que, no ano passado, o Governo dos Açores procedeu a uma alteração ao regulamento da apanha de espécies marinhas, que terminou com a obrigatoriedade de efectuar a primeira venda em lota de algas que não se destinem ao consumo humano.
Esta medida, “que veio dar resposta a uma solicitação dos apanhadores de algas graciosenses, teve como principal objectivo contribuir para o rendimento dos apanhadores”, na medida em que os compradores deste tipo de algas preferem adquiri-las em seco, e a obrigatoriedade da primeira venda em lota prejudicava os apanhadores porque obtinham um rendimento inferior ao real valor das algas já depois de secas.
Agricultura e Mar Actual