A Associação de Criadores de Aberdeen-Angus Portugal está a celebrar o seu 10.º aniversário. As comemorações iniciaram-se a 25 de Outubro e terminam hoje, dia 27.
As comemorações têm lugar nos Açores, na Ilha Terceira, berço da associação e integram a 7.ª edição do dia de campo dedicado a esta raça.
A Aberdeen-Angus Portugal foi fundada a 16 de Março de 2009, por 10 criadores entusiastas da raça, com assento de criação no continente (Região do Baixo Alentejo – concelho de Mértola) e na Região Autónoma dos Açores (ilhas Terceira, S. Miguel, Faial, Pico e Graciosa).
Fundadores
Os sócios fundadores são: Carlos Brum – Graciosa; Emanuel Araújo – Faial; Emanuel Freitas – São Miguel; Hildegard Neves – Faial; João Guerreiro – Mértola; João Mendonça – Graciosa; Luís Machado – Terceira; Manuel Rapinha – Pico; Maria Silveira – Pico; e Roland Winter – Mértola.
A Associação é a entidade gestora do Livro Genealógico Português da Raça Bovina Aberdeen-Angus, desde 1 de Janeiro de 2017 e encontra-se sediada na ilha Terceira-Açores.
A raça
A Aberdeen-Angus é uma raça bovina de aptidão carne de médio porte. Classifica-se como precoce, ou seja atinge a maturidade sexual a idades mais jovens e a pesos mais leves. Animal rústico que se encontra adaptado às mais diversas condições edafo-climáticas.
A Aberdeen-Angus é naturalmente “mocha” (i.e. sem cornos) sendo um gene que domina na descendência (em linha pura ou cruzamento). Tem pelagem de cor preta, aparecendo a variedade vermelha.
A sua precocidade, resulta numa excepcional conversão de pasto em carne, tornando-a muito interessante no Modo de Produção Biológico (produtividade animal/ha).
A raça possui um bom temperamento e fácil maneio em condições de campo. As características dominantes reflectem uniformidade na qualidade da carcaça e da carne, elementos essenciais para a potenciação de mercados de qualidade.
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Governo dos Açores enaltece papel dos produtores
Quem também esteve nas comemorações foi o Director Regional da Agricultura dos Açores, José Élio Ventura, que enalteceu, na Ilha Terceira, o papel de um grupo pioneiro de produtores açorianos, que levaram para a Região e para Portugal uma raça de carne cheia de potencialidades, como é o caso da Aberdeen Angus, bem como o papel das organizações de produtores, em parceria com o Governo dos Açores, no desenvolvimento desta fileira.
“Esta raça chegou a Portugal a partir do Atlântico e desde o primeiro momento que o Governo dos Açores tem apoiado e acarinhado este projecto, quer através da aquisição inicial de novilhas, no âmbito do POSEI, apoiando a associação através do PRORURAL+ ou através de outros instrumentos de apoio, possibilitando o registo de animais e a cedência de espaço digno para o funcionamento da associação”, referiu José Élio Ventura.
O Director Regional da Agricultura falava no âmbito das comemorações do décimo aniversário da Associação de Criadores de Aberdeen-Angus Portugal e da sétima edição do Dia de Campo da raça, que decorreu em Angra do Heroísmo e que contou também com a presença do Director Regional do Desenvolvimento Rural, Valter Braga.
194 produtores
“Há 10 anos atrás existiam 16 produtores da raça Aberdeen Angus nos Açores e em Portugal Continental, mas presentemente já existem 194, sendo que ao nível dos animais passamos de 104 para 3.516 fêmeas adultas, o que dá bem nota do crescimento que esta raça tem tido”, referiu José Élio Ventura, acrescentando que as características dominantes desta raça reflectem uniformidade na qualidade da carcaça e da carne, elementos essenciais para a potenciação de mercados de qualidade.
Para José Élio Ventura é, sem dúvida, uma mais valia, desde logo económica, o facto desta associação de âmbito nacional ter sede na ilha Terceira, bem como existirem nos Açores dois dos principais livros genealógicos de raças de carne, nomeadamente a Simmental Fleckvieh e a Aberdeen-Angus.
Certificação
Além das alterações ao programa POSEI, com o objectivo de reforçar a fileira da produção de carne nos Açores, da implementação de uma série de programas para aquisição de reprodutores machos de raças puras ou de cruzados, para melhoria genética dos animais em explorações de leite, o Director Regional da Agricultura salientou que o Governo Regional investiu nos últimos três anos 15 milhões de euros na modernização da rede regional de abate e na respectiva certificação pela norma da qualidade e da segurança alimentar, a ISO 22000.
“Tratam-se de contributos importantes para a valorização da carne, para a fidelização de clientes e abertura de novos mercados”, disse José Élio Ventura, acrescentando que a criação do Centro de Estratégia para a Carne dos Açores (CERCA), que tem entre os sócios fundadores a Federação Agrícola e a Câmara de Comércio e Indústria dos Açores, tem sido essencial para aperfeiçoar os mecanismo de promoção, valorização e análise dos mercados da carne.
Agricultura e Mar Actual