O ano agrícola 2014/2015 foi globalmente positivo para as produções agrícolas. Segundo um destaque do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) sobre Estatísticas Agrícolas, no ano passado, a actividade agrícola registou produções recorde, nomeadamente de tomate para a indústria (1,8 milhões de toneladas, a maior dos últimos 30 anos), girassol (24,7 mil toneladas, o maior registo desde 2000) e azeite (1,19 milhões de hectolitros, o terceiro maior registo dos últimos cem anos). As produções pecuárias de leite, ovos, carne também aumentaram. O rendimento da actividade agrícola registou um acréscimo de 3,5%.
O INE divulga neste destaque alguns dos principais resultados da publicação “Estatísticas Agrícolas 2015”. Esta publicação está organizada em catorze capítulos temáticos que incorporam a análise de resultados e os respectivos quadros de informação (aceda aqui).
Refere a nota do INE que o ano agrícola 2014/2015 ocorreu entre um ano de 2014 climatologicamente classificado como húmido e quente e um ano de 2015 extremamente seco, o sexto mais seco desde 1931 e o quarto desde 2000.
O Outono de 2014, com temperaturas amenas e muito chuvoso (Novembro foi o mês com maior precipitação acumulada dos últimos dezassete anos), “dificultou a realização das tarefas agrícolas habituais para a época, nomeadamente a preparação dos terrenos e as sementeiras das culturas de Outono/Inverno”, realçam os técnicos do INE.
Em contrapartida, os valores de precipitação acumulada nos meses de Inverno e primavera foram constantemente inferiores à normal climatológica, o que originou uma situação de seca meteorológica em todo o território do continente. Estas condições permitiram a normal realização das podas das vinhas e pomares, dos tratamentos fitossanitários e das adubações de cobertura, a instalação das culturas de primavera e o corte das culturas forrageiras (silagem e feno).
O Verão seguiu a tendência dos meses anteriores, mantendo-se a situação de seca meteorológica em todo o território do continente. No final de Agosto, cerca de 2/3 do território estava em situação de seca severa e quase 9% em seca extrema.
Culturas de Primavera/Verão
Mas as condições climatéricas favoreceram as produções das culturas de Primavera/Verão, pomares, vinho e azeite.
Na campanha agrícola 2014/2015com excepção da redução das produções de cereais de Outono/Inverno, pêra e batata, todas as restantes produções agrícolas vegetais aumentaram. Verificaram-se aumentos de produção nos frutos de caroço, frutos secos e maçã. Foram ainda atingidos recordes de produção no tomate para indústria (1,8 milhões de toneladas, a maior dos últimos trinta anos), de girassol (24,7 mil toneladas, o maior registo desde 2000). Para as culturas mediterrânicas o ano agrícola foi igualmente favorável com aumentos de produção de vinho (+13,9%, face a 2014) e de azeite que registou um máximo histórico, atingindo 1,19 milhões de hectolitros, o terceiro maior registo dos últimos cem anos.
Pecuária em alta
Por sua vez, a produção pecuária em 2015 aumentou em todos os sectores: carne, ovos, leite e produtos lácteos.
A produção total de carne em 2015 aumentou 5,0% (+1,7% em 2014), tendência generalizada à produção de carne de todas as espécies pecuárias. A produção de carne de bovino aumentou 11,0%, após três anos consecutivos de descidas, tendo atingido as 89 mil toneladas (80 mil toneladas em 2014). A produção de carne de suíno aumentou 4,9%, para o qual contribuiu o acréscimo do efectivo suíno verificado no final de 2014.
A produção das carnes de ovinos e caprinos aumentou 2,1%. Note-se que em 2015 foi atribuído um maior montante para o prémio aos ovinos e caprinos, tendo sido simplificadas as respectivas condições de candidatura.
A produção de carne de animais de capoeira ascendeu às 352 mil toneladas, um aumento de 4,3%, face a 2014. Para este aumento contribuiu decisivamente o acréscimo da produção de frango em 5,1%, resultado de uma maior produção dos aviários de multiplicação.
A produção bruta de ovos de galinha em 2015 atingiu um aumento global de 9,8% em resultado dos acréscimos de produção de 10,2% nos ovos para consumo e 7,9% nos ovos para incubação.
A produção total de leite em 2015 apresentou uma variação positiva de 0,6% relativamente a 2014 atingindo os 1 953 milhões de litros (1 940 milhões de litros em 2014). O decréscimo em 2% do índice de preços dos alimentos compostos para animais e o escoamento pela indústria (cooperativa e privada) de todo o leite produzido explicam em grande parte este acréscimo.
Agricultura e Mar Actual