É a primeira vez que um primeiro-ministro de Portugal reconhece, preto no branco, interesses de “particulares” nas ondas de incêndios florestais e garante “não vamos largar estes criminosos”. Está declarada a guerra aos incendiários. Isto numa semana em que a Polícia Judiciária deteve uma mulher suspeita de cinco incêndios em Alvaiázere e outra de atear seis incêndios florestais em Condeixa-a-Nova. Luís Montenegro abriu a guerra aos incendiários.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse hoje, 17 de Setembro, em declarações após um Conselho de Ministros extraordinário — que contou com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa —, que os excessos de focos de novos incêndios são “coincidências a mais”, suspeitando de “interesses particulares”, e garantindo: “não vamos largar estes criminosos”.
Luís Montenegro transmitiu ainda uma mensagem muito clara de que “não vamos deixar um minuto do nosso esforço por preencher na acção de prevenção e de dissuasão de comportamentos dos criminosos (…) não vamos regatear nenhum esforço na acção repressiva, não podemos perdoar a quem não tem perdão”.
“Não podemos perdoar a atitudes criminosas que estão na base das ignições, muitas das que ocorreram nos últimos dias (…) sabemos que há fenómenos naturais e sabemos que há circunstâncias de negligência que convergem para que possam haver incêndios florestais”, disse Montenegro.
Mas realçou: “há coincidências a mais, e há, portanto, uma necessidade de os portugueses saberem que o Estado, em seu nome, vai atrás dos responsáveis por estas atrocidades”. “Não vamos largar aqueles que, em nome de interesses particulares, são capazes de colocar em causa os direitos, as liberdades e as garantias e a própria vida dos nossos cidadãos e são capazes de empobrecer o nosso Pais”.
O primeiro-ministro realçou ainda que o Governo vai criar uma “equipa especializada” para “aprofundar, com todos os meios, a investigação criminal à volta dos incêndios florestais”. Nós não vamos largar estes criminosos, nós não vamos largar este combate a quem coloca todo um Pais em causa”.
“Há interesses que sobrevoam estas ocorrências” e — sô mesmo se não pudermos — “tudo vamos fazer para identificar e levar às mãos da Justiça”, garantiu Luís Montenegro
.Agricultura e Mar