A campanha dos cereais para grão de Outono/Inverno 2022/23 foi muito marcada pela seca severa da Primavera, sendo a pior de sempre para todas as espécies cerealíferas, resultado dos decréscimos de áreas (excepto cevada) e de produtividades, revelam os técnicos do Instituto Nacional de Estatística (INE), nas suas “Estatísticas Agrícolas – 2023”, publicadas hoje, 23 de Julho.
Adianta o INE que “os cereais semeados tardiamente após as chuvas de Dezembro e Janeiro foram muito penalizados, com emergências e desenvolvimento vegetativos fracos. A ausência de precipitação na Primavera e as elevadas temperaturas prejudicaram muito o desenvolvimento vegetativo dos cereais praganosos de sequeiro, promovendo o seu adiantamento e o espigamento precoce, o que levou a que a campanha totalizasse 93 mil toneladas, consideravelmente abaixo das obtidas nas três secas severas anteriores (2005, 2012 e 2022)”.
Segundo as “Estatísticas Agrícolas – 2023”, o ano agrícola 2022/2023 em Portugal continental caracterizou-se em termos meteorológicos como extremamente quente, sendo o mais quente desde que há registos sistemáticos (ano agrícola 1931/1932). De notar que dos nove anos agrícolas que registaram temperaturas médias superiores a 16,0°C, cinco ocorreram na última década.
O ano agrícola registou uma precipitação total de 947,8mm (superior em 103,5mm à normal 1981-2010), classificando-se como chuvoso. No entanto, a Primavera de 2023 foi a segunda mais seca desde 1931 (atrás da Primavera de 2009, com 96,3mm) e a mais quente deste século.
Pode ler as “Estatísticas Agrícolas – 2023” do INE aqui.
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