Portugal representa 6% da área de olival da Europa e 3% da área de olival do Mundo. Apesar disso, e devido à tipologia de olivais e à eficiência de produção, Portugal fornece 6,42% do azeite ao mercado. Nas últimas quatro campanhas, Portugal duplicou o seu peso em relação ao mundo e à Europa.
“O aumento da produtividade do olival português foi muito superior ao dos outros principais países produtores, o que permitiu ao nosso país passar de nono para sexto maior país produtor, em apenas quatro campanhas, colocando-o a menos de 35.000 toneladas do terceiro”, refere o estudo “Olivicultura O motor da (r)evolução agrícola nacional”, elaborado pela Consulai – Consultadoria Agro-Industrial e da Juan Vilar Consultores para a Olivum —Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal.
“Isto é indicador que, com a entrada em produção das novas plantações realizadas nas duas últimas campanhas e com as áreas que estão actualmente a ser adensados e transformados, em pouco mais de 2 campanhas, Portugal será, certamente, o terceiro maior país produtor de azeite do Mundo”, realça o estudo apresentado no passado dia 13 de Junho no Seminário “Azeite em Perspectiva: Inovação, Sustentabilidade e Futuro”, promovido pela Olivum, no âmbito da Feira Nacional de Agricultura.
Crescimento de 320%
Adianta o estudo que a produção de Portugal passou de 24.600 toneladas na campanha 00/01, representando 1% da produção mundial, para produzir cerca de 210.000 toneladas, com um peso mundial de 6,4%, na campanha 2021/2022 (a segunda maior produção da história do planeta), o que representa um crescimento de 320%. Este crescimento é muito superior à média mundial (140%) e contrasta com a redução observada na Grécia e em Itália durante o mesmo período
Segundo os autores do estudo, “o tipo de modelo de produção afecta a produtividade dos olivais. Este rácio medido por hectare pode fornecer dados interessantes sobre a rentabilidade da terra e do negócio. No entanto, para além do tipo de modelo produtivo, é necessário ter em conta os factores climáticos, a disponibilidade de água, o declive e a morfologia do terreno, entre outros”.
Por isso mesmo, “o mesmo modelo produtivo produz rendimentos diferentes consoante o país onde se encontra a plantação. Da mesma forma, dentro de um país, a região também tem influência, e dentro da região, a área específica”.
A produtividade média mundial do olival tradicional “é afectada pela seca e pelas condições climáticas. O olival moderno de regadio, beneficiando deste apoio suplementar de água, está mais protegido do fenómeno da precipitação, tendo uma tendência para ter uma produtividade mais estável”, frisa o estudo.
No entanto, no período em análise, “verificou-se uma tendência decrescente, causada pelo clima seco e particularmente adverso dos últimos anos, que afectou tanto a recuperação da oliveira como o seu crescimento e floração, devido às altas temperaturas e à baixa pluviosidade. Estas condições climáticas tiveram um impacto muito maior nas zonas tradicionais de produção”.
Pode ler o estudo “Olivicultura O motor da (r)evolução agrícola nacional” aqui.
Agricultura e Mar