O Mercado das Áreas Protegidas, em frente à Casa da Baía, na Avenida Luísa Todi, em Setúbal, foi marcado pela entrega dos prémios da marca Natural.PT e pela assinatura de novos contratos de empresas aderentes, das quais quatro são da região de Setúbal.
Compotas, doces regionais, licores e moscatel, queijo de Azeitão, fruta e outros produtos regionais. Estes foram alguns exemplos dos bens disponíveis no Mercado das Áreas Protegidas, que decorreu esta semana.
Foram destacados com a atribuição do prémio público, a empresa Água Mãe, Lda, de Castro Marim, na categoria de Animação Turística; na categoria Alojamento, a votação pública elegeu o H2otel Congresso Medical Spa, em Unhais da Serra; na categoria de Loja, o destaque foi para o espaço Alquimia do Paladar, na Guarda, e na categoria Produto, o mais votado foi a empresa Sabores Santa Clara – Produtos Tradicionais, em Portalegre.
O restaurante Cova da Loba, em Linhares da Beira, voltou a colocar a Serra da Estrela em posição de destaque nesta entrega de prémios, ao ser laureado na categoria Restauração. Quando aos vencedores na categoria Prémio Projecto, o primeiro lugar foi atribuído ao projecto Quinta Pero Vicente – Turismo de Natureza, by Terra de Mouros, de Rogil, Aljezur.
O galardão do segundo lugar destacou o projecto Alentejo Feel Nature – Rede de Percursos em Natureza, sediado em Portalegre. O terceiro lugar foi entregue ao projecto Casa das Penhas Douradas, em Manteigas.
O júri, composto por elementos das áreas do turismo e da comunicação decidiu, ainda, destacar mais dois projectos com menções honrosas. A primeira menção honrosa foi entregue ao projecto EVOA, Espaço de Visitação e Observação de Aves – Companhia das Lezírias Lda., em Vila Franca de Xira. O projecto Ginjinha de Marvão – Sabores Santa Clara, de Portalegre, recebeu a segunda menção honrosa.
A cerimónia de abertura aconteceu ao final do dia de terça-feira, foi presidida por João Carlos Farinha, coordenador da Natural.PT, e contou com a presença da presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, da secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Célia Ramos, de Sofia Castel Branco, do concelho directivo do ICNF, e da vice-presidente do Conselho Directivo do Turismo de Portugal, Teresa Monteiro.
“A Natural.PT e o impacto que pode ter no nosso concelho é de grande importância. O nosso interesse nesta marca é claro e assumido. Temos em curso acções de divulgação da marca junto de operadores turísticos, produtores da nossa região e agentes económicos que cumpram requisitos de enquadramento em áreas protegidas e de reservas naturais”, referiu Maria das Dores Meira.
Iniciativa a nível nacional
Este evento, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal e pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), assinalou o segundo ano da Natural.PT e contou com a participação de artesãos e produtores locais e representantes de diferentes áreas protegidas.
É uma iniciativa que acontece regularmente a nível nacional, está associada à Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP) e visa a valorização sustentada dos seus recursos, produtos e serviços, bem como a afirmação desses territórios enquanto destinos de excelência.
Para Célia Ramos, a existência de áreas protegidas é um motivo de distinção e um atractivo económico que interessa agarrar. “O facto de a marca estar intimamente ligada à rede de áreas protegidas é também uma forma de afirmar esses territórios. Vamos ter a sabedoria de tratar diferente aquilo que não é igual”, afirmou a secretária de secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza.
400 produtos de 180 empresas
Em Setúbal, a marca está presente desde o início de 2015 na Casa da Baía e no Moinho de Maré da Mourisca, dois espaços de divulgação turística com gestão da Câmara Municipal de Setúbal, nos quais são comercializados e promovidos produtos regionais com origem no Parque Natural da Arrábida e na Reserva Natural do Estuário do Sado.
Neste momento, a Natural.PT tem cerca de 400 produtos associados, que correspondem a um total de 180 empresas aderentes. Do conjunto destes aderentes saíram os nomes dos laureados com os Prémios Natural.PT. A escolha dos premiados resultou de uma votação pública e da eleição de um júri.
O encerramento da sessão foi assinalado com a assinatura de sete novos contratos de empresas aderentes à marca Natural.PT, quatro delas sediadas na região de Setúbal.
Silvina Moreira, conhecida em Setúbal e em Azeitão pelo “Doce da Bina”, é proprietária de uma empresa de produção de doces de fruta e dos tradicionais “Ésses de Azeitão”. Foi uma das empresárias da região que ontem aderiu à marca Natural.PT.
Há quatro anos consecutivos galardoada com medalhas de ouro e prata pela confecção dos seus doces, Silvina Moreira afirma que percebeu “a importância que é estar associada a esta marca, ao nível do desenvolvimento e notoriedade do meu trabalho. Não fui eu que procurei a marca, foi-me apresentada. Só tenho a ganhar com esta parceria”.
Migração de aves
No segundo dia do Mercado das Áreas Protegidas, quarta-feira, a par da venda de produtos e bens provenientes de zonas protegidas, no Espaço Aderentes Natural.PT, situado no auditório da Casa da Baía, foi tempo de reflexão sobre Produção Florestal e Agropecuária em áreas Protegidas, num encontro promovido por Francisco Borba, da Herdade da Gâmbia – Turismo & Cultura.
O tema da migração de aves e a situação das aves aquática em Portugal esteve também em destaque, com as explicações de Vítor Encarnação, do ICNF.
Aline Simão, proprietária da empresa Ideias & Requintes, abordou, de seguida, desafios que as empresas enfrentam no mercado actual e qual a real representação das marcas para os clientes.
Durante o encontro, foram também apresentadas espécies de aves migradoras que ocorrem nas áreas húmidas, em especial nos estuários, como é o caso do estuário do Sado, através dos resultados dos programas de monitorização em curso, quer no que respeita às aves invernantes quer às nidificantes.
O encerramento da sessão foi assinalado com a apresentação do filme “Bird Migration – Why is it changing? (tradução: Migração de Aves – porque está a mudar?), que resulta do projecto internacional de investigação em ecologia, realizado por várias entidades do Reino Unido, Espanha e Portugal.
Agricultura e Mar Actual