“Não se esperam alterações na área ocupada pelos solos agrícolas e florestais da União Europeia, mas irão verificar- se mudanças na sua composição. Prevê-se que, no contexto das culturas temporárias, se venha a confirmar uma transferência de áreas ocupadas por cereais para culturas leguminosas, em consequência quer da redução da procura de cereais para alimentação animal, quer de novos incentivos para a produção de culturas ricas em proteínas”.
Esta é uma das projecções da consultora agrícola Agro.Ges face ao relatório publicado pela Comissão Europeia, no final de 2023, o qual visa a apresentação das perspectivas de evolução de médio prazo dos mercados e rendimentos agrícolas até 2035, assim como de cenários alternativos de análise dos efeitos decorrentes das alterações climáticas ou da adopção de algumas práticas de gestão sustentável dos solos agrícolas.
Projecções da autoria do fundador e coordenador científico da Agro.Ges, Francisco Avillez, que podem ser lidas na 19ª edição do Millennium Agro News, dedicada à fileira do pinheiro-bravo.
Trata-se de um relatório elaborado pela Direcção-Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural (DG AGRI) em colaboração com o Joint Research Centre (JRC), baseado num conjunto de pressupostos macroeconómicos e nos Planos Estratégicos da Política Agrícola Comum (PEPAC) dos diferentes Estados-membros da União Europeia.
No que diz respeito às culturas permanentes, dizem os consultores da Agro.Ges que “as previsões apontam para a manutenção da sua área actual, caracterizada por uma substituição das actuais plantações tradicionais por plantações mais modernas e eficientes. Uma crescente extensificação da produção animal faz prever a manutenção das áreas ocupadas com prados e pastagens permanentes, cujo papel descarbonizador irá ser promovido no contexto das metas dos PEPAC nacionais”.
Em segundo lugar, adianta a Agro.Ges, “prevê-se que as produtividades médias dos cereais e das oleaginosas se mantenham estáveis na próxima década, uma vez que se espera que o impacto negativo das alterações climáticas e da menor disponibilidade de produtos fitossanitários sejam compensados com uma maior difusão das tecnologias de precisão, com recurso a práticas agrícolas focadas na melhoria das funções dos solos”.
No caso dos cereais, “a produção futura irá continuar a ser baseada no trigo e no milho e, no caso das oleaginosas e proteaginosas, prevê-se um aumento da sua produção acompanhado por uma redução das respectivas importações”, acrescenta.
Pode ler a 19ª edição do Millennium Agro News aqui.
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