O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural português, Luís Capoulas Santos, propôs hoje, 26 de Julho, em Luanda, o lançamento de Agenda Bilateral Renovada com Angola, para fomentar o desenvolvimento dos sectores agrícola e agro-industrial.
O governante português, que está de visita ao país, discursava na sessão de abertura do seminário “Angola e o investimento agrícola”, promovido pelo Banco BIC e ainda com a participação de empresários portugueses e angolanos dos sectores agrícola e pecuário.
“Há males que vêm por bem. A nossa crise, como a crise em Portugal, obriga-nos a engenho e arte, e daqui a cinco anos Angola vai ter uma agricultura totalmente diferente”, realçou o presidente do BIC, Fernando Teles. Já Luís Capoulas Santos recordou que a agricultura é um “sector determinante” para as economias dos dois países, com “interesses complementares”, segundo avança a Lusa.
Apesar da crise angolana, devido à quebra nas receitas petrolíferas, que por sua vez está a levar o Governo a incentivar a aposta da produção agrícola e agro-industrial, Angola foi o terceiro principal mercado destas exportações para Portugal. Além disso, várias empresas portuguesas têm “fortes investimentos” em Angola na produção agrícola e pecuária, sublinhou o ministro.
“Esta complementaridade traduz-se em produções que, no essencial, não concorrem ente elas. Temos assim uma excelente oportunidade para lançar uma Agenda Bilateral Renovada entre os dois países, com vista ao desenvolvimento sustentável dos sectores agrícola e agro-industrial, em que eu próprio e o Governo português estamos firmemente empenhados”, enfatizou o ministro português.
Estabelecimento de parcerias
A proposta, disse ainda, assenta em “três pilares fundamentais” de desenvolvimento, como o estabelecimento de parcerias que contribuam para “elevar o grau de auto-abastecimento do sector agro-industrial angolano”, nomeadamente com “estímulos e incentivos” ao reforço da produtividade e diversificação agrícola.
Passa ainda, explicou Capoulas Santos, pela “aposta no conhecimento e na sua transferência ao longo da cadeia agro-alimentar” angolana, nomeadamente com “projectos de cooperação científica e técnica”, bem como na formação de quadros, “de preferência com recurso a financiamento europeu”, além do apoio português à investigação agrária.
Por último, o Governo português propõe o reforço do comércio bilateral e enquanto Estado-membro da União Europeia está “disponível” para “expandir as exportações angolanas” agro-alimentares resultantes das parcerias a estabelecer entre empresários portugueses e angolanos.
Agricultura e Mar Actual