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IACA. No Estado da Nação “pouco se falou de Agricultura ou de Alimentação”

“Quanto ao Estado da Nação, como se esperava, pese embora as pressões de muitas organizações representativas de diferentes sectores junto do Governo e dos partidos políticos com assento na Assembleia da República, nas quais nos incluímos, pouco se falou de Agricultura ou de Alimentação, menos ainda de segurança alimentar”.

As declarações são do secretário-geral da IACA – Associação Portuguesa dos Industriais dos Alimentos Compostos para Animais, Jaime Piçarra, escritas no seu artigo de opinião, na rubrica “Notas da Semana”, no site da IACA.

Relembre-se que o Governo apresentou o balanço da sua actividade, no Debate do Estado da Nação, que decorreu na Assembleia da República no passado dia 20 de Julho.

Acrescenta Jaime Piçarra que “pelo que sabemos, e perdoem-nos a injustiça, apenas vimos algumas interpelações do PSD [Partido Social Democrata], críticas que têm sido repetidas quase que diariamente, mas nenhuma questão concreta que obrigasse o primeiro-ministro – que ainda não respondeu a uma exposição da IACA e da ACICO [Associação Nacional de Armazenistas, Comerciantes e Importadores de Cereais e Oleaginosas] sobre a situação da Silopor [Empresa de Silos Portuários], por exemplo, – a “vir a jogo” e responder”.

Para o secretário-geral da IACA, “o líder do Governo não respondeu a nenhuma questão sobre esta matéria, porque, de facto, também nenhuma lhe foi directamente formulada (pelo que vimos). Mas devia tê-lo feito. Devia mostrar que se preocupa com o Mundo Rural e o território, com o PEPAC [Plano Estratégico da Política Agrícola Comum] e o aprovisionamento de Portugal”.

“Perdeu-se uma excelente oportunidade de trazer o tema para a agenda política e mediática, pese embora a instabilidade de muitos agricultores e produtores pecuários face às repercussões da guerra na Ucrânia e à falta de clareza na transferência de funções do Ministério da Agricultura para as CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional], realça Jaime Piçarra.

E diz que “no que ao agroalimentar diz respeito, o Estado da Nação resumiu-se à análise de duas realidades paralelas: o maior ciclo de crescimento que é, na realidade, percepcionado por pessoas e empresas como mais um ciclo de empobrecimento”.

“Nada de Agricultura, de Alimentação, de segurança alimentar, nem uma palavra sobre o outro tema, o segundo destas Notas, com grande impacto para um país que tanto depende da importação de matérias-primas essenciais: a suspensão do acordo dos cereais do Mar Negro”, frisa Jaime Piçarra.

Pode ler a “Notas da Semana — Acordo dos Cereais do Mar Negro: O Que podemos esperar no curto prazo e os impactos para Portugal?” aqui.

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