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PCP recomenda ao Governo valorização da lã nacional com aposta nas raças autóctones

O Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português (PCP) recomenda ao Governo que tome de medidas para valorização da lã nacional e particularmente a proveniente de raças autóctones, realçando que “a produção de lã de ovelha em Portugal teve um decréscimo muito acentuado, nos últimos anos, baixando de mais de 8.700 toneladas em 2000 para 5.026 ton em 2021″.

No seu Projecto de Resolução 819/XV/1 entregue na Assembleia da República, os deputados comunistas recomendam a “produção de lã de ovelha no nosso País, em articulação com as associações de produtores e com as estruturas criadas para o efeito, dotando as entidades públicas envolvidas, designadamente o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), dos meios humanos e técnicos necessários para realizar as actividades previstas neste âmbito”.

Por outro lado, defendem que o Executivo “proceda à monitorização e avaliação do trabalho desenvolvido no âmbito do plano de acção elaborado pelo Centro de Competências da Lã, designadamente no que respeita ao trabalho realizado pelas entidades públicas envolvidas no processo, publicitando os resultados apurados”.

Apoio às raças autóctones

E que “assegure apoios no âmbito do PEPAC [Plano Estratégico da Política Agrícola Comum] aos produtores de ovinos, de raças autóctones que compensem estes produtores pelas perdas de produtividade face a outras raças”.

“O pastoreio de animais, designadamente de raças autóctones, como a Merino Branco, a Merino Preta a Churra Badana,ou a Bordaleira da Serra de Estrela, aproveita recursos alimentares mesmo que escassos, permitindo obter produtos de alta qualidade e com uma autenticidade muito própria”, realça o PCP.

E acrescenta que “de facto, a criação de pequenos ruminantes tem, desde tempos que se perdem na memória, uma importância central para as populações das zonas mais rurais, sendo que a capacidade de adaptação destes animais ao meio envolvente, muito tem contribuído para o sucesso da sua implantação”.

Mas salienta que, “entretanto, os produtores de ovinos e caprinos presentes no nosso País têm-se vindo, nos últimos anos, a confrontar com alterações profundas, enfrentando um acentuado aumento dos custos de produção, ao passo que o preço pago à produção, não só não aumentou como até, em alguns casos, se reduziu, seja no leite, na carne ou na lã”.

Apoio à compra de lã nacional

O Grupo Parlamentar do PCP defende ainda que o Governo “assuma com a indústria de lanifícios nacional um compromisso de compra de lã nacional, particularmente das raças autóctones, em detrimento da importação de material do exterior, contribuindo para equilibrar a balança comercial nacional” e que “intervenha no mercado da lã, por forma a garantir aos produtores o escoamento da lã a preços justos, assegurando rendimentos dignos para à produção”.

Dizem os deputados comunistas no seu Projecto de Resolução 819/XV/1 que “a produção de lã nacional pode ainda almejar a penetrar em novas áreas, com maior valor acrescentado, de que são exemplos o vestuário para montanhismo, para desportos e actividades na neve, para desportos radicais, para animais de alta competição, criando novas receitas para os produtores”.

E realçam que “a aposta na produção de lã pode ainda contribuir para defender as raças autóctones, algumas à beira da extinção, como a churra-badana, a churra-galega-bragançana-preta, a chura algarvia, a mondegueira, a chura do campo e a saloia, para além de 10 outras em risco, designadamente, a merino-da-beira-baixa, a churra-galega-mirandesa, a bordaleira-entre-douro-e-minho, a churra-do-minho, a campaniça, a churra-da-terraquente, a churra-galega-bragançana-branca, a merina-branca, a merina-preta, a serrada-estrela”.

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