As previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 30 de Abril, apontam para um ano agrícola novamente marcado pela seca que atinge 89,2% do território do continente, dos quais 34,7% em seca severa ou extrema (exclusivamente a Sul do Tejo). “A campanha cerealífera de Outono/Inverno está definitivamente comprometida, com as searas a apresentarem povoamentos ralos, palhas e espigas curtas e deficiências no enchimento do grão”, refere o INE no seu Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Maio de 2023.
E adianta que “as pastagens e forragens também foram consideravelmente afectadas, penalizando um sector agropecuário já sobrecarregado pelos elevados preços da alimentação animal”.
Para os técnicos do INE, a “seca compromete a campanha cerealífera, que deverá ser das piores”. As altas temperaturas, o vento forte e a ausência de precipitação de Março e Abril tiveram um efeito muito negativo nos cereais praganosos de sequeiro, interferindo no seu ciclo vegetativo, promovendo o seu adiantamento e o espigamento precoce”, acrescenta o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Maio de 2023.
E realça que “as searas apresentam povoamentos ralos, palhas e espigas curtas e deficiências no enchimento do grão, que se irão traduzir em baixas produtividades, nalguns casos residuais, havendo inclusivamente relatos de áreas de trigo mole e cevada a serem cortadas para feno”.
No regadio, os cereais também deverão ter quebras de produtividade, “às quais se associa o aumento dos custos resultantes da necessidade de incremento das regas. Desta forma, a actual campanha cerealífera deverá ser das piores, devido ao decréscimo das áreas e às reduzidas produtividades”.
Culturas de Primavera/Verão “sem dificuldades assinaláveis”
Em contrapartida, a instalação das culturas de Primavera/Verão está a “decorrer sem dificuldades assinaláveis, com a campanha de regadio assegurada na maioria das albufeiras hidroagrícolas, mantendo-se 4 com restrições de utilização de água de rega desde o ano passado”.
Dizem ainda os técnicos do INE que as sementeiras do arroz têm decorrido a bom ritmo, prevendo-se um aumento da área de 5%. No tomate para a indústria, contrataram-se 17,7 mil hectares entre a indústria e os produtores, o que corresponde a um aumento de 16%, face à área declarada no Pedido Único de 2022.
Pode ler o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Maio de 2023 aqui.
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