O secretário-geral da IACA – Associação Portuguesa dos Industriais dos Alimentos Compostos para Animais, Jaime Piçarra, considera que “rotular os produtos obtidos por NTG [Novas Técnicas Genómicas] não faz sentido”. E não concordando com a indicação no rótulo de que determinado produto foi produzido por NTG, alertou que “o Parlamento Europeu certamente ‘tocará’ na questão” e que “o sector deverá estar preparado com argumentos convincentes”.
Jaime Piçarra falava na segunda mesa redonda no Simpósio Semente & Biotecnologia – Da Inovação à Sustentabilidade, que a Anseme e o CiB – Centro de Informação de Biotecnologia realizaram no dia 27 de Janeiro, no Hotel Quinta das Lágrimas, em Coimbra.
Uma mesa redonda contou com a moderação de Pedro Santos (director-geral da Consulai – Consultadoria Agro-Industrial), e também com a participação de Jorge Canhoto (CiB), Pedro Pereira Dias (Anseme), Jorge Azevedo (CAP — Confederação dos Agricultores de Portugal) e Isabel Cardoso (FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares)
Foram discutidos vários temas, nomeadamente a regulamentação das variedades obtidas por NTG, a agenda política da União Europeia (UE), o impacto que a regulamentação pode ter nos custos para a inscrição de novas variedades, o rastreio, entre outros, mas os temas que dominaram o debate foram a regulamentação e a rotulagem.
A opinião da mesa foi unânime em ambos os temas. Todos os participantes consideram que é necessária uma nova legislação para as NTG baseada em ciência, que permita à UE fazer face à concorrência de países mais competitivos como o Brasil, Argentina, Estados Unidos, Canadá e Rússia, onde as novas tecnologias já são uma realidade e podem ser implementadas. Caso contrário, “a UE continuará a importar alimentos”.
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