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Quercus alerta: projectos de produção de energia e de agricultura intensiva destroem áreas florestais

A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza alerta que “novos projectos de produção de energia e de agricultura intensiva destroem áreas florestais”, realçando os cerca de 300 sobreiros abatidos no monte de Santa Catarina, em Vila Nova de Famalicão.

No Dia da Floresta Autóctone, que se assinala a 23 de Novembro, celebra-se a conservação das florestas naturais da Península Ibérica e a promoção das espécies de árvores originárias do nosso território. Contudo, “a destruição da floresta autóctone tem aumentado de forma preocupante”, refere um comunicado da Associação.

Recentemente “foram abatidos cerca de 300 sobreiros no monte de Santa Catarina, em Vila Nova de Famalicão, no âmbito de um polémico projecto para a instalação de uma Central Fotovoltaica em 80 hectares de espaço florestal, sem que tenha sido sujeito a Avaliação de Impacte Ambiental”, adianta a Quercus.

E acrescenta que “também não foram consideradas alternativas de localização para o desenvolvimento deste projecto, que salvaguardasse os núcleos de sobreiros com interesse para conservação, situação que gerou perplexidade pela forma ligeira como são aprovados estes projectos, sem que cumpram critérios de sustentabilidade”, frisando que “defende a aposta na produção descentralizada, nomeadamente o autoconsumo”.

“Atentado em Rede Natura”

Por outro lado, o mesmo comunicado refere que “encontra-se até hoje em consulta pública a Avaliação de Impacte Ambiental do Projecto Agroflorestal da Herdade da Batalha, em Alcácer do Sal, o qual tem uma dimensão preocupante. Em causa está uma área de intervenção de 615,20 hectares integralmente na Zona Especial de Conservação (ZEC), Comporta-Galé, da Rede Natura 2000”.

Este “alegado projecto agroflorestal não é mais do que uma agroindústria a céu aberto, com impactes elevadíssimos sobre a floresta, dominado pinhal-manso autóctone com interesse na produção de pinhão e uma grande diversidade de habitats, que serão convertidos caso o Governo aprove este projecto”.

Segundo a Quercus, o projecto “prevê apenas a produção de tangerinas, tendo como destino um centro de distribuição localizado em Valência (Espanha). Existe a intenção de fazer 26 furos de captação de água para rega, a preparação do solo (desmatação, gradagem, limpeza de material lenhoso, lavoura e correcção do solo) numa área total de cerca de 543,95 hectares”.

“O consumo de água do aquífero é enorme, cerca de 3,57 milhões de metros cúbicos, o que vai comprometer outras captações, incluindo a disponibilidade para consumo público entre Alcácer do Sal e Grândola, assim como favorecer a intrusão salina com a degradação do aquífero”, realça a Associação.

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