As previsões agrícolas, em 31 de Julho, do Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para uma campanha cerealífera fortemente marcada pela seca severa a extrema que acompanhou grande parte do ciclo vegetativo dos cereais de Inverno. A actual campanha deverá ser a segunda pior desde que existem registos sistemáticos, apenas superior à produção de 2012 e próxima da de 2005 (igualmente anos de secas extremas).
Realçam os técnicos do Instituto Nacional de Estatística, no seu Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Agosto de 2022, que a colheita dos cereais de Outono/Inverno ficou concluída no final de Julho, apesar das restrições impostas à utilização de máquinas agrícolas, declaradas durante a situação de alerta e posteriormente de contingência, devido ao elevado risco de incêndio verificado entre 8 e 21 de Julho.
A campanha cerealífera foi marcada pela situação de seca durante a fase de desenvolvimento vegetativo, com muitas searas a apresentarem povoamentos pouco homogéneos e espigas curtas. Posteriormente, na fase de enchimento do grão, a escassa humidade dos solos e as elevadas temperaturas contribuíram também para as baixas produtividades, com as ceifas a confirmarem o baixo peso específico do grão.
Embora existam searas com produtividades e qualidade aceitáveis, a maior parte das áreas colhidas apresentam quebras de produção na ordem dos 30% no trigo mole, triticale e cevada, 25% na aveia e 15% no trigo duro e centeio.
Globalmente, a actual campanha de cereais de Inverno deverá ser a segunda pior desde que existem registos sistemáticos, apenas superior à produção da campanha de 2012. De referir que as piores campanhas cerealíferas coincidiram com as secas mais graves.
Agricultura e Mar