AGRICULTURA E MAR Revista do mundo rural e da economia do mar
A 13ª Edição do Festival Birdwatching de Sagres realiza-se 1 a 5 de Outubro de 2022. E é já no próximo dia 1 de Agosto que a organização do Festival de Observação de Aves & Actividades de Natureza vai anunciar online o programa deste ano.
Este ano, a ave do cartaz é o emblemático alcatraz. As inscrições para o Festival terão início a 1 de Setembro.
Para já, a organização do maior evento de natureza de Portugal diz que as propostas este ano são variadas: saídas de campo, passeios de barco, minicursos temáticos, palestras, ateliers de educação ambiental, sessões de anilhagem e de monitorização e muito, muito mais.
E há ainda outras sugestões como caminhadas, cursos de fotografia, visitas guiadas históricas ou observação de golfinhos.
Como sempre, a 13ª edição consecutiva deste que é o maior evento nacional de natureza e das aves coincide com a procura dos territórios de invernada por espécies variadas. Entre elas está o alcatraz, que em dias bons pode ser visto às centenas a partir do Cabo de São Vicente, e que este ano é a estrela do cartaz.
Poderá ver o programa completo do Festival, a 1 de Agosto, aqui.
Cabeça de cartaz 2022: alcatraz
Este ano, a ave do cartaz é o emblemático alcatraz (Morus bassanus), a maior ave marinha que se avista em águas portuguesas, também conhecida por ganso-patola.
Famosa pelos espectaculares mergulhos no oceano, esta ave entra agilmente na água a grande velocidade. Um espectáculo a que os participantes do festival podem assistir, na altura em que estas aves migratórias se preparam para dirigir a Sul do Atlântico, para darem seguimento ao seu percurso migratório. Surpreendentemente, embora voadores poderosos, são algo desajeitados nas descolagens e aterragens.
Quando são jovens, os alcatrazes são castanhos e até atingirem a maturidade, aos cinco anos, vão tornar-se gradualmente mais claros, passando por cinco fases de plumagem. Já adultos, apresentam penas brancas e asas compridas e estreitas, de pontas negras.
Os olhos são azuis-claros e, na época de reprodução, ficam com a cabeça e o pescoço matizados de amarelo. O bico é comprido e pontiagudo, o que ajuda os alcatrazes a projectar-se para a frente, sendo facilmente distinguidos de outras espécies marinhas. São também palmípedes, o que significa que têm quatro dedos unidos por uma membrana interdigital.
Chegando a atingir um comprimento de 100cm e uma envergadura de asa até 180cm, o alcatraz adulto nidifica no Atlântico Norte, em grandes colónias aninhadas em penhascos sobre o oceano ou em ilhotas rochosas. A maior colónia conhecida desta ave foi descoberta na ilha Bonaventure, no Quebec, e tinha mais de 60 mil indivíduos.
Juntos por muitas estações, os casais realizam rituais elaborados de saudação nos ninhos, esticando bicos e pescoços para o céu e batendo gentilmente os bicos em conjunto. Colocam apenas um ovo de cor branca e o período de incubação é de 43-45 dias. As crias nascem cobertas de penugem e requerem muitos cuidados parentais até efetuarem o seu primeiro voo, às 14 semanas.
Os alcatrazes alimentam-se de pequenos peixes, como a cavala, a sardinha e o carapau, capturados em mergulhos que chegam a atingir os 40m de profundidade. As embarcações de pesca também lhes proporcionam boas refeições, daí as perseguições que por vezes lhes fazem, marcadas por vocalizações compostas por roncos e grasnados. Apesar disso, são vistos pelos pescadores como bons aliados em alto mar, uma vez que lhes indicam a posição de alguns cardumes.
Os seus principais predadores naturais são gaivotas, corvos, raposas e arminhos, que se aproveitam dos ovos. Em termos de conservação, a principal ameaça à população de alcatrazes é a captura acidental em artes de pesca, nomeadamente redes de emalhar e palangre.
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