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Seca leva a quebras de produtividade nos cereais de Inverno

Os cereais de Outono/Inverno completaram o seu ciclo vegetativo (plena maturação), tendo-se iniciado a colheita. Mas, os técnicos do Instituto Nacional de Estatística (INE) realçam que a “seca determina quebras de produtividade nos cereais de Inverno”.

As searas instaladas em solos de maior aptidão cerealífera apresentam povoamentos regulares e, beneficiando da precipitação de Março e Abril, espigas bem desenvolvidas. Em contrapartida, as semeadas no cedo e/ou em solos mais delgados estão, na maioria, com povoamentos pouco homogéneos e espigas curtas, em consequência do espigamento precoce provocado pela falta de humidade e elevadas temperaturas, refere o INE no seu Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Julho de 2022.

E acrescenta que “globalmente as previsões apontam para uma diminuição generalizada da produtividade dos cereais praganosos, sendo de 10% no centeio, 15% no trigo e cevada e de 20% no triticale e aveia”.

Junho quente e seco

O Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Julho de 2022 adianta ainda que o mês de Junho caracterizou-se, em termos meteorológicos, como quente e seco. O valor da temperatura média, 20,4°C, foi superior em 1,0°C à normal 1971-2000, sobretudo devido ao período de nove dias consecutivos (entre os dias 9 e 17) de temperaturas máximas muito superiores ao normal.

Este cenário posiciona o ano hidrológico 2021/22 como o segundo menos chuvoso (416,0mm) desde 1931, apenas acima de 2004/05 (383,9mm).

No final de Junho, de acordo com o índice meteorológico de seca PDSI, registou-se um agravamento da situação de seca meteorológica, com um aumento significativo da área em seca extrema (a classe mais grave), que passou a ocupar 28,4% do território continental (1,4% no final de Maio), cobrindo vastas zonas do Nordeste Trasmontano, da Beira Baixa, da raia alentejana, do Baixo Alentejo e do barlavento algarvio.

O restante território encontrava-se em seca severa (67,9%) ou em seca moderada (3,7%, em alguns locais do litoral Norte). O teor de água no solo, medido em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, diminuiu em todo o território, excepto no Minho e Douro Litoral.

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